Reintegração de posse no Ocupe Estelita. Foto: Karoline Fernandes/Rádio Jornal
A Polícia Militar retirou ativistas que ocupavam o terreno do Cais José Estelita desde o último dia 21 de maio. A PM cumpria uma ordem de reintegração de posse no início da manhã desta terça-feira (17). Durante o início da ação, os policiais lançaram bombas de efeito moral contra o grupo e detiveram três pessoas. Duas pessoas ficaram feridas por estilhaços, que socorridos pelos bombeiros e levados ao Hospital Tricentenário, em Olinda.
Os quatro detidos são o argentino intercambista estudante de economia da UFPE, Milton Petrucsok, 22 anos, o peruano Lybrian Shiozawa Gill, 26, um jovem identificado como Jodir Ricardo, e a Cristina Lino Gouveia. Segundo a PM, eles foram presos por incitação à violência e descumprimento de ordem judicial. Eles foram levados à Central de Fragrantes da Capital.
Na Central de Fragrantes do Recife, os repórteres Rafael Carneiro e Karoline Fernandes conversaram com policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) sobre a detenção de quatro ativistas, entre eles dois estrangeiros. Os ativistas estariam com armas brancas e objetos considerados entorpecentes.
De acordo com o delegado gestor da Central de Flagrantes, João Vitor, as acusações de lesão corporal que pesam contra os ativistas não tem gravidade. Os manifestantes vão prestar depoimento apenas para registro policial.
Por volta das 4h30, 210 policiais chegaram ao terreno para iniciar a retirada dos ativistas. O repórter Juscelino Silva esteve na noite desta terça no local, onde manifestantes acampam sob o viaduto Capitão Temudo.
Pelo Facebook, a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cida Pedrosa, se manifestou contra a ação policial. Confira:
Houve um tempo em que qualquer cidadão era ameaçado pela polícia, que entrava em sua casa na calada da noite, para prender e praticar abuso de poder. Foi assim que aconteceu hoje no Caís José Estelita. A polícia cercou os ocupantes às 04h30, armados com bala de borracha e bombas de gás, prontos para essa guerra particular em defesa da propriedade privada. Isso é um absurdo que rompe um processo de negociação que estava sendo construído com a participação de várias entidades e sob a coordenação da Prefeitura do Recife. Escrevo esse texto muito triste e com muita raiva pois ontem estava sentada numa mesa de negociação que foi totalmente desrespeitada.
Seguranças particulares do Consórcio Novo Recife, proprietária do terreno, estão no local. Para a área, está prevista a implantação do Projeto Novo Recife, que inclui a construção de 12 torres ao longo do cais, por um consórcio integrado pelas empresas Moura Dubeux, Queiroz Galvão e GL. Na noite do último dia 21 de maio, as empresas iniciaram a demolição dos galpões. No mesmo dia, houve mobilização nas redes sociais e pessoas contrárias ao projeto ocuparam o terreno.
O alvará de demolição foi suspenso pela Prefeitura do Recife. Um dia após o início da derrubada, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também embargou a demolição do Cais José Estelita. A notificação, assinada por Frederico Neves Faria Almeida, superintendente do Iphan, ressalta que a medida foi tomada visando a preservação do patrimônio arqueológico.
>> Prefeito do Recife diz que desocupação poderia ter esperado a negociação com os ocupantes
Em entrevista a Geraldo Freire, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, falou sobre o processo de desocupação do Cais José Estelita. Ele afirmou que o processo de negociação vai continuar mesmo com desocupação e que discorda da maneira que a reintegração de posse ocorreu.. "Processo de negociação deveria ter acontecido de maneira negociada", diz Geraldo Julio.
O prefeito foi questionado também sobre mobilidade. Em relação à Via Mangue, prefeito do Recife diz que foram feitos ajustes para melhorar o fluxo do transporte por automóvel particular, mas que foco agora é corredor de ônibus da Avenida Domingos Ferreira.
>> Governo do Estado diz que está do lado da lei
Em entrevista a Geraldo Freire, o secretário da Casa Civil, Luciano Vásquez, afirmou que o Governo do Estado agiu no cumprimento da lei e que não vê abuso da força por parte da Polícia. Ouça a entrevista no player abaixo:
>> Manifestantes alegam que uso da força policial desrespeitou acordo
Em entrevista a Rádio Jornal, a advogada, professora de Direito da UFPE e ativista do grupo Direitos Urbanos, Liana Cirne Lins, falou sobre a ação da Polícia Militar durante reintegração de posse. Liana diz que a polícia usou a força fora dos limites da decisão judicial e que descumprimento de acordo com ativistas pões em "xeque" confiança no Governo do Estado. Ouça a entrevista completa:
Reintegração de posse no Ocupe Estelita. Foto: Karoline Fernandes/Rádio Jornal
A Polícia Militar retirou ativistas que ocupavam o terreno do Cais José Estelita desde o último dia 21 de maio. A PM cumpria uma ordem de reintegração de posse no início da manhã desta terça-feira (17). Durante o início da ação, os policiais lançaram bombas de efeito moral contra o grupo e detiveram três pessoas. Duas pessoas ficaram feridas por estilhaços, que socorridos pelos bombeiros e levados ao Hospital Tricentenário, em Olinda.
Os quatro detidos são o argentino intercambista estudante de economia da UFPE, Milton Petrucsok, 22 anos, o peruano Lybrian Shiozawa Gill, 26, um jovem identificado como Jodir Ricardo, e a Cristina Lino Gouveia. Segundo a PM, eles foram presos por incitação à violência e descumprimento de ordem judicial. Eles foram levados à Central de Fragrantes da Capital.
Na Central de Fragrantes do Recife, os repórteres Rafael Carneiro e Karoline Fernandes conversaram com policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) sobre a detenção de quatro ativistas, entre eles dois estrangeiros. Os ativistas estariam com armas brancas e objetos considerados entorpecentes.
De acordo com o delegado gestor da Central de Flagrantes, João Vitor, as acusações de lesão corporal que pesam contra os ativistas não tem gravidade. Os manifestantes vão prestar depoimento apenas para registro policial.
Por volta das 4h30, 210 policiais chegaram ao terreno para iniciar a retirada dos ativistas. O repórter Juscelino Silva esteve na noite desta terça no local, onde manifestantes acampam sob o viaduto Capitão Temudo.
Pelo Facebook, a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cida Pedrosa, se manifestou contra a ação policial. Confira:
Houve um tempo em que qualquer cidadão era ameaçado pela polícia, que entrava em sua casa na calada da noite, para prender e praticar abuso de poder. Foi assim que aconteceu hoje no Caís José Estelita. A polícia cercou os ocupantes às 04h30, armados com bala de borracha e bombas de gás, prontos para essa guerra particular em defesa da propriedade privada. Isso é um absurdo que rompe um processo de negociação que estava sendo construído com a participação de várias entidades e sob a coordenação da Prefeitura do Recife. Escrevo esse texto muito triste e com muita raiva pois ontem estava sentada numa mesa de negociação que foi totalmente desrespeitada.
Seguranças particulares do Consórcio Novo Recife, proprietária do terreno, estão no local. Para a área, está prevista a implantação do Projeto Novo Recife, que inclui a construção de 12 torres ao longo do cais, por um consórcio integrado pelas empresas Moura Dubeux, Queiroz Galvão e GL. Na noite do último dia 21 de maio, as empresas iniciaram a demolição dos galpões. No mesmo dia, houve mobilização nas redes sociais e pessoas contrárias ao projeto ocuparam o terreno.
O alvará de demolição foi suspenso pela Prefeitura do Recife. Um dia após o início da derrubada, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também embargou a demolição do Cais José Estelita. A notificação, assinada por Frederico Neves Faria Almeida, superintendente do Iphan, ressalta que a medida foi tomada visando a preservação do patrimônio arqueológico.
>> Prefeito do Recife diz que desocupação poderia ter esperado a negociação com os ocupantes
Em entrevista a Geraldo Freire, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, falou sobre o processo de desocupação do Cais José Estelita. Ele afirmou que o processo de negociação vai continuar mesmo com desocupação e que discorda da maneira que a reintegração de posse ocorreu.. "Processo de negociação deveria ter acontecido de maneira negociada", diz Geraldo Julio.
O prefeito foi questionado também sobre mobilidade. Em relação à Via Mangue, prefeito do Recife diz que foram feitos ajustes para melhorar o fluxo do transporte por automóvel particular, mas que foco agora é corredor de ônibus da Avenida Domingos Ferreira.
>> Governo do Estado diz que está do lado da lei
Em entrevista a Geraldo Freire, o secretário da Casa Civil, Luciano Vásquez, afirmou que o Governo do Estado agiu no cumprimento da lei e que não vê abuso da força por parte da Polícia. Ouça a entrevista no player abaixo:
>> Manifestantes alegam que uso da força policial desrespeitou acordo
Em entrevista a Rádio Jornal, a advogada, professora de Direito da UFPE e ativista do grupo Direitos Urbanos, Liana Cirne Lins, falou sobre a ação da Polícia Militar durante reintegração de posse. Liana diz que a polícia usou a força fora dos limites da decisão judicial e que descumprimento de acordo com ativistas pões em "xeque" confiança no Governo do Estado. Ouça a entrevista completa: