Alegando medo de violência, ativistas não vão mais dormir no Cais José Estelita

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 11/07/2014 às 9:52
Do Blog de Jamildo Foto: Elvis de Lima/NE10 Foto: Elvis de Lima/NE10 Após 50 dias da ocupação do Cais José Estelita, os ativistas do movimento Ocupe Estelita decidiram encerrar nesta quinta-feira (10) o acampamento montado do lado de fora do terreno onde deve ser construído o projeto Novo Recife. Temendo atos de violência, o grupo de manifestantes não vai mais passar as noites no cais, mas promete manter as ações culturais e palestras durante o dia. O movimento havia organizado um luau para a noite desta quinta. Segundo a advogada Liana Cirne Lins, o movimento não está se desmobilizando, mas mudando a estratégia de atuação. Estamos deixando de dormir na ocupação, não é uma desmobilização. Grupos de apoio ao Projeto Novo Recife e grupos de incitação à violência estão fazendo apologia a violência física e a agressão moral aos ocupantes, disse ao Blog. A advogada não revelou quem são essas pessoas e nem que tipo de ações têm realizado contra os ativistas, mas disse que grupos de incitação ao ódio estão se manifestando pela Internet. Não é uma violência espontânea. É uma violência orquestrada, garantiu. Informações de bastidor dão conta de que desde que os ativistas deixaram o terreno do Novo Recife após a reintegração de posse ocorrida no dia 17 de junho, a ocupação ficou vulnerável à insegurança, principalmente durante à noite, e agora a situação teria chegado num ponto insustentável. A nossa causa é a cidade, a nossa causa são as pessoas. E a gente não pode esperar acontecer alguma coisa para surgir um mártir nesse movimento, afirmou Liana. Os ativistas informaram que pediram apoio da polícia, mas os chamados não foram atendidos e se queixaram da falta de interesse em defender os manifestantes. A ocupação do Estelita começou no dia 21 de maio após o início da demolição dos armazéns existentes no terreno onde pode ser erguido as 12 torres do empreendimento. A partir de então, a Prefeitura do Recife iniciou um processo de renegociação do projeto e uma audiência pública para definir os parâmetros urbanísticos para a construção foi marcada para o dia 17 deste mês. Neste momento, três barracas com no máximo oito pessoas estão no local. Desde a manhã desta quinta-feira, já existiam rumores de que a ocupação iria para o espaço. Sem apoio e sem suporte, principalmente sem holofotes, não houve outra saída. Os organizadores do protesto chegaram a pedir a Prefeitura da Cidade do Recife a colocação de banheiros químicos para serem instalados na praça.