Tecnologia desenvolvida em Pernambuco identificará câncer de mama precocemente

Da Rádio Jornal
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Publicado em 04/08/2014 às 11:15
Do JC Online Foto: reprodução/internet Foto: reprodução/internet A união da biologia e da computação estão possibilitando o desenvolvimento de um biossensor que vai diagnosticar o câncer de mama num estágio anterior ao que a doença é identificada atualmente, o exame de imagem. No mundo real, a primeira mudança genética que pode levar a um câncer de mama pode ocorrer até 10 anos antes da doença se manifestar. O biossensor poderá antecipar o diagnóstico em alguns anos, acrescenta o presidente do Centro de Estudos Avançados do Recife (Cesar), Fábio Silva. Antecipar o diagnóstico pode fazer uma grande diferença no controle e eficiência do tratamento dessa doença. Em desenvolvimento, o biossensor será o primeiro fruto de uma parceria entre o Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e o Cesar, instalado no Bairro do Recife. O Lika está desenvolvendo a área ligada à biologia e à medicina. Já o Cesar está fazendo a parte que envolve eletrônica, robótica e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). A soma dessas duas áreas do conhecimento chama-se biologia sintética. É a aplicação de métodos de engenharia e computação, criando organismos biológicos para produzirem resultados desejados, resume Fábio. Para produzir esses resultados, o biossensor vai alterar o Ácido Desoxirribonucleico (DNA), substância que têm os códigos para fabricação de todas as proteínas, determinando as características dos seres vivos. No biossensor, serão recriadas sequências do DNA que reagem às células cancerígenas. Nessa reação, é identificada a alteração genética que indica o câncer de mama no paciente a partir de uma gota de sangue. O biossensor será um equipamento similar aos que são usados para medir a glicose. O equipamento está sendo testado em laboratórios. Os testes clínicos controlados serão iniciados em setembro deste ano no Hospital Barão de Lucena. Os testes de campo devem ser realizados em pacientes em 2015. Ainda não temos o custo do biossensor, porque o equipamento está numa fase pré-industrial. Agora, é a hora de entrarmos na área de biologia sintética e o Cesar quer puxar esse processo no Brasil, conclui Fábio.