Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
O julgamento de
Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, de 52 anos, considerado o líder do grupo; da esposa dele,
Isabel Cristina Pires da Silveira, 53 anos; e da amante,
Bruna Cristina Oliveira da Silva, de 28 anos deve terminar nesta sexta-feira (14). A sessão no Fórum de Olinda é presidida pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima, do Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Eles são acusados de assassinar, esquartejar e ocultar o corpo de Jéssica Camila da Silva Pereira, na época com 17 anos. Pelo menos mais duas mulheres foram vítimas do trio, que agia em Olinda e Garanhuns. Após o assassinato, Bruna Cristina assumiu a identidade da vítima e os três passaram a criar a filha da jovem morta em Rio Doce em 2008.
O julgamento dentro do auditório é acompanhado por um grande público, formado por estudantes de direito e jornalistas. Do lado de fora, curiosos de todas as partes acompanham a sessão.
Nessa quinta-feira (13), prestaram depoimento na condição de testemunhas o psiquiatra Forense, Lamartine Hollanda, e o delegado, Paulo Berenguer. Eles afirmaram que os três não têm problemas mentais e que cada um desempenhou um papel específico no homicídio.
Jorge Beltrão foi recebeido aos gritos de assassino. Foto: Twitter @Portal NE10
Entre os réus, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira foi o primeiro a falar sobre o assassinato de Jéssica Camila da Silva Pereira. Ele confessou que num momento de fraqueza e loucura acabou matando a jovem.
O réu afirmou ter praticado apenas três homicídios, o que deixou parte da plateia indignada. Jorge Beltrão também falou da seita cartel e revelou ter se alimentado do corpo da vítima.
Confira agora um trecho do depoimento dele com as intervenções da juíza Maria Segunda e da promotora Eliane Gaia:
Isabel chegou ao Fórum com o rosto coberto pelas mãos. Foto: Luiz Pessoa/ NE10
Em depoimento, Isabel Cristina Pires da Silveira disse que era casada com Jorge há cerca de trinta anos. Alegando dependência emocional, afirmou que aceitava ver o marido com outra mulher, no caso, Bruna Cristina Oliveira da Silva.
Ela aparentava muito nervosismo e por várias vezes entrou em contradição quando questionada com mais ênfase. A mulher revelou que apenas limpou o local do crime praticado por Jorge num ritual de purificação.
No diálogo com a juíza Maria Segunda, Isabel Cristina Pires da Silveira nega a versão das coxinhas recheadas com carne humana:
A terceira envolvida no assassinato demonstrou ter conhecimento do processo e contradisse ou outros réus. Bruna Cristina Oliveira da Silva fez questão de enfatizar que apenas ajudou a imobilizar Jéssica para que Jorge cometesse o crime.
Bruna também é acusada por falsidade ideológica. Foto: Luiz Pessoa/ NE10
A amante do homem disse que não denunciou os homicídios por temer ser a próxima vítima do casal. Ela disse que obedecia as ordens da dupla, mas que se arrepende e muito da tragédia que mudou a vida de todos.
Bruna Cristina Oliveira da Silva afirma que soube por alto da história da venda de lanches preparados com carne humana:
O julgamento do trio Canibais de Garanhuns será retomado no Fórum de Olinda logo mais, às 9h. O trabalho será retomado com o debate entre a promotoria e os advogados dos três acusados de homicídio quadruplamente qualificado.
A juiza Maria Segunda Gomes de Lima fala dos procedimentos finais do julgamento do trio:
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
A promotoria avalia que o primeiro dia de julgamento foi produtivo com confissões importantes. Eliane Gaia acredita na punição máxima de Jorge Beltrão, Isabel Silveira e Bruna Silva:
A defesa do principal réu vai defender a tese de que Jorge Beltrão tem transtornos mentais e por isso merece tratamento diferenciado, embora os especialistas já tenham contradito a versão.
Ontem, a defensora Pública Teresa Joacy se mostrava otimista com os embates previstos para esta sexta-feira: