O secretário-executivo de Ressocialização de Pernambuco, Humberto Inojosa, pediu exoneração do cargo, na manhã desta quarta-feira (7), após denúncia da Rede Globo de Televisão, que flagrou detentos do Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, utilizando armas e celulares.
A carta de renúncia foi entregue ao secretário Pedro Eurico, titular da pasta de Direitos Humanos de Pernambuco. Em entrevista à comunicadora Graça Araújo, Pedro Eurico afirma que o Brasil descuidou do sistema presidiário, como um todo, nos últimos 40 anos. Ele também afirma que com as prisões do Pacto Pela Vida, em 2007, a população carcerária no estado era de 11 mil pessoas e saltou para 32 mil em 2015. O secretário afirma que as primeiras medidas a serem tomadas nos presídios é a intensificação de revistas e um trabalho de humanização, como maior estrutura par aos familiares. Em substituição a Humberto Inojosa, assume a pasta de Ressocialização o coronel Éden Vespaziano, que já foi sub-comandante da Polícia Militar e tem formação em Direitos Humanos e Gestão Pública.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, João Batista de Carvalho, avalia a saída do secretário com tristeza e denuncia que o problema maior é a omissão do estado. Ele destaca que atualmente, por plantão, seriam necessários 150 agentes penitenciários, mas na prática atuam apenas quatro.
No último domingo (4), agentes penitenciários haviam encontraram um túnel no presídio. Segundo a assessoria da Seres, a descoberta evitou uma fuga em massa. Na manhã desta quarta, uma vistoria foi realizada no Complexo Prisional. Participaram da ação o Batalhão de Choque, Companhia Independente de Operações Especiais e a Companhia Independente de Policiamento com Cães. Foram encontrados 55 facões, 46 facas e duas foices industrializados, 10 facas, cinco foices artesanais, 16 chunchos, uma arma de confecção artesanal, sete litros de cola de sapateiro e 400 gramas de maconha.