DOENTES CRÔNICOS

Dia do Rim: órgão representa 82% da fila de espera da Central de Transplantes

Atualmente, 1.051 pessoas necessitam de um rim para melhorar qualidade de vida

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 12/03/2015 às 8:30


Os rins são responsáveis por filtrar o sangue do corpo humano e eliminar substâncias nocivas ao organismo, além de secretar substâncias importantes à saúde. Para manter o órgão em pleno funcionamento, é importante beber bastante água, manter a pressão sob controle e ter uma dieta saudável, para evitar sobrepeso e o surgimento da diabetes. Quando o funcionamento do rim fica comprometido, a pessoa entra em um processo chamado de insuficiência renal, que na fase crônica pode necessitar de um transplante como alternativa terapêutica para a situação.

Em Pernambuco, há 1.051 pessoas esperando por um transplante de rim, órgão que tem seu dia mundial comemorado nesta quinta-feira (12/03). Essa é a maior fila registrada na Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), representando 82,7% de todos os pernambucanos que esperam por algum órgão. E a espera pode ser longa: em 2013, 284 pessoas foram transplantadas no Estado. Em 2014, o número foi de 279 doentes, uma queda de 2%. Em No estado, o Imip e os hospitais Português, das Clínicas e Santa Efigênia (Caruaru) são credenciados para fazer transplantes de rim.

De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes, Noemy Gomes, quando um rim é doado, além da compatibilidade sanguínea, como em outros órgãos, é preciso ser feito um teste de compatibilidade genética para saber quem é o receptor mais adequado em cada situação. “Nesse caso, não pegamos quem está esperando a mais tempo na fila de espera, mas aquele que tem mais compatibilidade para receber aquele rim”, frisa Noemy.

A coordenadora ainda lembra que é preciso do auxílio de toda a população para diminuir o tempo de espera por um rim e também por outros órgãos, como coração, fígado, córnea. “Quando há a morte encefálica, uma pessoa pode salvar até duas outras que estão na fila de espera por um rim. Esses órgãos não terão mais serventia para o que foi diagnosticado morto, mas fará uma grande diferença na qualidade de vida de um indivíduo que chega a passar seis anos esperando pelo transplante. Por isso sempre fazemos campanha para que a população fique consciente da importância de se declarar doador ainda em vida”, afirma.

DOAÇÃO INTERVIVO – No caso do rim, além do doador diagnosticado com morte encefálica, a doação também pode ser feita por um doador vivo, como previsto na legislação brasileira. Nesse caso, é necessário ter um grau de parentesco com o receptor de até quarto grau – primo legítimo.

“Também é necessário fazer um teste de compatibilidade. Se for compatível, o doador passa por uma série de exames para que essa doação não traga nenhum malefício a sua saúde”, avisa Noemy Gomes. Essa é a única modalidade de transplante que o órgão é direcionado especificamente para uma pessoa, que, mesmo assim, deve estar inscrita na fila da Central de Transplantes.