LAVA JATO

Sobre corrupção, advogado de Pedro Corrêa diz deputados roubam por que eleitores vendem voto

Pedro Corrêa está preso no regime fechado na Penitenciária de Canhotinho, Agreste Pernambucano. Por enquanto, ele não será transferido para Curitiba

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 10/04/2015 às 10:21
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


O juiz, ex-vereador e o advogado, Clóvis Corrêa, que representa o primo Pedro Corrêa judicialmente, concedeu entrevista exclusiva nesta sexta-feira (10) para a bancada da Rádio Jornal sobre o novo mandato de prisão do ex-deputado, desta na Operação Lava Jato, que investiga corrupção e desvios de verba em órgãos públicos. Atualmente o médico cumpre pena no regime fechado na penitenciária de Canotinho, Agreste do Estado, pelo processo conhecido como Mensalão do PT.

Como Pedro Corrêa já cumpriu 1/6 da pena, era esperado que ele fosse liberado para o regime semi-aberto. A multa de R$ 47 mil exigida para a progressão de pena foi paga nessa quinta-feira, porém, com o novo mandato de prisão, a expectativa de liberação pode ser frustrada.

De acordo com Clóvis Corrêa, que é primo de Pedro Corrêa, como o ex-parlamentar está preso, ele não deve ser levado para curitiba junto com os demais presos na 11ª fase da Operação Lava Jato. Por isso, um filho e uma nora dele foram levados para prestar depoimento. Ouça a entrevista completa:

Com declarações fortes, Clóvis Corrêa afirmou que a corrupção faz parte da política e não está nos eleitos, e sem no processo eleitoral. "Um deputado federal precisa ter 90 mil votos e isso custa R$ 8 milhões. Se o sujeito só ganha R$ 1,5 milhão, onde ele vai arranjar esse dinheiro?", disse.

Clóvis Corrêa ainda afirmou que a corrupção na política é causada pelos eleitores, que vendem o voto, e pelos financiadores das campanhas, que esperam retorno do investimentos. "Os financiadores pedem ajuda, pedem aprovação de projetos. Os deputados se tornam meros despachantes dos empresários", disse.

Em relação à responsabilidade de Pedro Corrêa nos processos investigados pela Operação Lava Jato, Clóvis afirmou que o juiz Sérgio Moro está sempre correto. "Os advogados de indiciados esperam que ele cometa um erro, mas esse cidadão nunca erra", diz.