O padrasto de Maria Alice Seabra, de 19 anos, revelou à Polícia que planejava estuprar a enteada há dois meses. Durante este tempo, o auxiliar de pedreiro Gildo da Silva Xavier disse que arranjaria um emprego para a garota. Esta seria a desculpa para ele sequestrar, dopar e abusar sexualmente de Alice.
O auxiliar de pedreiro afirmou, em depoimento à delegada Gleide Ângelo, que nunca abusou da garota quando ela era criança. De acordo com ele, o início do desejo sexual começou quando Alice completou 16 anos. Saiba mais na reportagem de Ísis Lima:
No dia do crime, na última sexta-feira (19), o padrasto disse que iria levar a enteada a uma entrevista de emprego na Encruzilhada, na Zona Norte do Recife. Os dois saíram do bairro da estância em um carro que ele havia alugado. A garota não conhecia a região, o que facilitou a ação de Gildo.
Eles seguiram pela BR-101, até Paratibe, em Paulista, quando Gildo parou o carro na estrada e questionou Alice sobre uma tatuagem que ela havia feito dias antes. A garota respondeu irritada e foi aí que começaram as agressões. Gildo bateu a cabeça de Alice no carro e forçou a garota a ingerir rupinol, droga conhecida como “boa noite cinderela”.
Neste momento, a mãe de Alice, Maria José Arruda, ligou para Gildo. Ele achou que a garota estava desacordada e atendeu o telefone, foi quando Maria Alice gritou por socorro. A partir deste momento, o padrasto começou a agredir a menina novamente. De acordo dom a delegada responsável pelas investigações, Gleide Ângelo, esses foram os últimos momentos da garota.
O padrasto informou que a agressão durou cerca de 20 minutos. Depois disso, ele vestiu a roupa dele na menina e levou o corpo de Maria Alice para um canavial localizado no quilometro 28 da BR-101 Norte, no município de Itapissuma. O agressor fugiu para o Ceará e só resolveu se entregar depois que viu na imprensa e nas redes sociais as buscas pela garota. De acordo com a delegada, Gildo disse que não tinha a intensão de matar Alice.
Pelo whatsapp, na segunda-feira (22), ele falou com a delegada, confessou o crime e apontou o local do corpo. Como a Polícia não encontrou, ele decidiu voltar para auxiliar na localização. Gildo afirmou ainda que não decepou a mão da garota. A perícia não descarta a possibilidade, mas ainda não concluiu o trabalho.
Gildo vai ser indiciado pelos crimes de sequestro, estupro, homicídio triplamente qualificado, com característica de feminicídio, e ocultação de cadáver. Se condenado à pena máxima, Gildo pode pegar até 48 anos de prisão. Ele foi encaminhado ao Cotel, em Abreu e Lima, onde ficará preso à disposição da Justiça.
A Polícia tem agora 8 dias para concluir o inquérito. A polícia espera laudos do carro e do corpo feitos pelo Instituto de Criminalística (IC).