JULGAMENTO

Tenente da PM pode ser condenado por duas mortes e 11 tentativas de homicídio contra adolescentes

Júri popular formado por quatro homens e três mulheres deve decidir nesta quarta-feira se Sebastião Antônio Félix é culpado ou não por ação praticada pela equipe que chefiava em 2006

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 15/07/2015 às 11:47
Foto: Arquivo/JC Imagem


Familiares 13 adolescentes acompanham com expectativa o fim do julgamento do tenente da PM Sebastião Antônio Félix. O oficial é acusado de comandar uma operação policial durante o carnaval de 2006, em que os adolescentes foram obrigados a pular no Rio Capibaribe. Duas vítimas faleceram por afogamento.

O júri popular, presidido pela Juíza Fernanda Moura da 1ª Vara do Recife teve início nessa terça-feira (14), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, na área central do Recife, e deve chegar ao fim nesta quarta-feira (15). O conselho de sentença é composto por quatro homens e três mulheres. Saiba mais na reportagem de Lélia Perlim:

Havia expectativa que as testemunhas fossem dispensadas, uma vez que elas já foram ouvidas no julgamento de outros quatro PMs, ocorrido em maio deste ano. Mas, a defesa do réu solicitou novo depoimento das nove vítimas. De acordo com o advogado de defesa, Rafael Fonseca, acredita que o julgamento vem sendo positivo e que as vítimas caíram em contradição. Nesta terça-feira, o advogado já havia afirmado que o tenente não pode ser responsabilizado pela conduta dos profissionais que chefiou na época.

O promotor de justiça encarregado pela acusação dos réus, Andtré Rabelo, diz que não viu contradição nos depoimentos e que essa é uma estratégia usada pela defesa para tentar ludribiar o júri. "Essa esperança vai se transformar em drama para ele", diz.

Depois do depoimento do réu, será a vez dos debates entre acusação e defesa que pode durar até cinco horas. Após essa etapa, o júri popular se reúne para decidir se o tenete é culpado por duas mortes e 11 tentativas de assassinato. Dos quatro policiais envolvidos que foram julgados, um deles foi absolvido e os outros condenados a 96 anos de prisão, cada um. Outros três réus ainda serão julgados em data a ser definida.