DIA DE SAUDADES

Falecidos em 23 de julho, Ariano e Dominguinhos deixaram suas marcas na história de Pernambuco

A data marca a passagem do primeiro ano sem Ariano e do segundo ano sem Dominguinhos.

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 23/07/2015 às 10:11


José Domingos de Moraes, nasceu em 12 de fevereiro de 1941 em Garanhuns, no Agreste Pernambucano. O nosso Dominguinhos é considerado um dos mais importantes sanfoneiros do país e herdeiro cultural de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Ouça a homenahem exibida pela Rádio Jornal no dia de seu falecimento, em 23 de julho de 2013. A narração é de Henrique Bruckman:

Ariano Vilar Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927 na cidade de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, mas se intitulava natural de Taperoá, onde passou a infância e parte da vida adulta. Em vida, Ariano dizia que era paraibano de nascimento e pernambucano de coração, atribuindo a maternidade à sua terra natal e a paternidade ao local onde escolheu viver e criar os filhos, netos e bisnetos. Foi aqui que ele conheceu o Sport, time pelo qual era apaixonado de coração. Ouça a homenahem exibida pela Rádio Jornal no dia de seu falecimento, em 23 de julho de 2014. A narração é de Rhaldney Santos:

Foi também o Leão da Ilha o time escolhido por Dominguinhos para torcer durante toda a vida. Tanto o escritor quanto o músico eram assumidamente apaixonados pelo clube. A diferença é que Ariano não fazia questão nenhuma de esconder.

Dominguinhos é autor de clássicos como “Eu só quero um xodó”, “De volta do pro meu aconchego” e “Isso aqui tá bom demais”. Além do forró, o pernambucano se envolveu com o samba, com o jazz. Fez sucesso no mundo inteiro criou polêmica póstuma por ter sido enterrado em Recife e não em Garanhuns. Dois meses depois, com autorização judicial, um cortejo finalmente levou Dominguinhos de volta para o seu aconchego.

Ariano escreveu romances, contos, peças de teatro, poesias e diversos formatos de artigos. Foi membro das academias Pernambucana e Brasileira de Letras. Foi secretário de Cultura de Pernambuco no governo de Miguel Arraes (1994-1998) e secretário de Assessoria do ex-governador Eduardo Campos até abril de 2014, quando o político também falecido deixou o cargo para se candidatar a presidente da República.

De Garanhuns a Taperoá, Dominguinhos e Ariano reuniram incríveis diferenças políticas e pessoais ao longo da vida, mas as datas das suas partidas convergem para o mesmo 23 de julho. Nesta quinta-feira, pernambucanos de todos os cantos lembram a passagem do segundo ano sem Dominguinhos e do primeiro ano de falecimento de Ariano.

Foto: Rafael Carneiro/Rádio Jornal


Homenagens – Nesta manhã, 50 se reuniram em uma missa para marcara a passagem da morte do mestre Dominguinhos. A celebração religiosa e musical começou às 7h no restaurante Arriégua, na Várzea, Zona Oeste do Recife. Em seguida, um café da manhã reforçado foi servido aos presentes. O local era frequentado pelo artista que faleceu aos 72 anos em decorrência de complicações de um câncer no pulmão. Saiba mais na reportagem de Rafael Carneiro:

Outra missa será realizada às 18h desta sexta-feira na Capela do Parque da Jaqueira com a presença da viúva de Dominguinhos, Guadalupe, e da filha do músico, Lív Moraes.

Já a família de Ariano Suassuna, que faleceu em decorrência de um acidente vascular cerebral, marcou uma cerimônia religiosa privada para lembrar a data. No próximo domingo (26), haverá uma missa na Ilumiara Pedra do Reino, em São José do Belmonte, Sertão de Pernambuco, com a presença do artista plástico Manuel Dantas Suassuna, filho do escritor. Também estarão presentes a cantora Isaar França, violeiros, cantadores, coral e banda de pífanos. A homenagem é organizada pela Associação Cultural Perdra do Reino.