ESGOTO SEM TRATAMENTO

Presidente da Compesa fala sobre operação da PF e defende empresas de saneamento

Presidente atribuiu situações denunciadas às estações antigas

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 07/08/2015 às 11:19
Roberto Tavares, presidente da Compesa
Foto: JC Imagem

O presidente da Compesa, Roberto Tavares, conversou nesta sexta-feira (7) com a Rádio Jornal sobre a operação da Polícia Federal destinada a reprimir o crime de poluição hídrica em cursos d’água em Pernambuco e no arquipélago Fernando de Noronha, cometidos por parte da Compesa. Cerca de 60 Policiais Federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva.

Questionado sobre a denúncia de que a Compesa estaria despejando esgoto diretamente no rio e no mar sem tratamento, o presidente não negou. "Nós temos sistemas que não têm estação de tratamento e foram construídos há mais de 50 anos. Antigamente existiam dois serviços que eram cobrados: o afastamento, que era só tirar de perto das casas, para diminiuir essa poluição espalhada por toda a cidade, e também o tratamento", explicou, dizendo ainda que nas estações da Compesa esse esgoto é tratado.

Com relação às denúncias sobre Noronha, Tavares negou. "Não tem despejo. O que aconteceu foi um acidente. Nós temos quatro filtros, na penúltima etapa do tratamento, ou seja, já o esgoto tratado, faltava apenas a desinfecção que é a colocação de produtos químicos como o cloro e o tanque explodiu", apontou. "Não foi uma ação de desleixo, tá dentro da garantia. Nós acionamos o fabricante, contratamos um perito para avaliar se a causa foi normal, de defeito ou se pode ter sido também uma outra coisa", disse apontando ainda que a Compesa não descarta nenhuma hipótese. "O que era possível fazer nós fizemos e se trata de 20 mil litros dos milhões de litros que nós tratamos durante o tempo.

O presidente demonstrou achar a operação desnecessária. "As coisas que foram solicitadas poderiam ter sido entregues. Eram relatórios e amostras. Nossa empresa é de propriedade do Estado, é pública, nós estamos abertos a prestar quaisquer esclarecimentos", destacou Tavares. Segundo Roberto, os problemas apontados são problemas históricos. "Nós temos estações construídas há mais de 50 anos, no padrão de legislação completamente diferente", explicou.

Ele aproveitou a oportunidade para falar sobre a PPP do Saneamento, o programa Cidade Saneada, que pretende elevar a cobertura de esgotamento sanitário para 90% no Grande Recife e Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado, até 2025. "Pernambuco tem se destacado no Brasil e fora do Brasil como o Estado que tem enfrentado de frente essa questão", disse. "É uma resposta a anos e anos de falta de investimento", completou. Tavares comentou ainda que o programa Cidade Saneada visa ainda atualizar a situação das estações de tratamento mais antigas.

No final, o presidente defendeu a empresa. "As empresas de saneamento estão sendo vendidas para a população como empresas poluidoras. Nós somos tratadoras de esgoto. Nós tratamos bilhões de litros durante todo ano e só aparecem os defeitos que são decorrentes de problemas históricos", comentou.

Confira a entrevista completa:

A entrevista foi concedida no Passando a Limpo. Confira o programa na íntegra: