7 de Setembro

Desfile cívico do 7 de setembro foi alvo de protestos, em Brasília

Manifestantes derrubaram 1km do tapume na avenida, enquanto aviões da Esquadrilha da Fumaça desenhavam corações nos céus de Brasilia

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 08/09/2015 às 7:44
Manifestantes derrubaram 1km do tapume na avenida, enquanto aviões da Esquadrilha da Fumaça se apresentavam. Foto: Valter Campanato / ABr

Mesmo cercada por um forte esquema de segurança, protegida por tapumes que cruzavam a Esplanada dos Ministérios, a presidente Dilma Rousseff foi alvo de hostilizações pelos manifestantes que protestavam contra a corrupção, o governo, o PT, o ex-presidente Lula, a queda do poder aquisitivo dos servidores públicos, a descriminalização da maconha e a legalização do aborto. Tinha causa para todos os gostos ontem, no 7 de setembro, em Brasília.

O ajudante de pedreiro Carlos Henrique, natural de São José do Rgito, no Sertão de Pernambuco, saiu frustrado por que foi ao desfile oficial, não viu a presidente, aproveitou e foi fazer o seu protesto. "A população anda muito revoltada com as coisas que vem acontecendo no Brasil e hoje, no 7 de setembro, foi uma maneira de a população mostrar o que está sentindo", afirmou.

Manifestantes derrubaram depois do desfile 1km do tapume na avenida, enquanto aviões da Esquadrilha da Fumaça desenhavam corações nos céus de Brasilia para delirio de quem estava na Esplanada dos Ministérios.

No palanque oficial, o ministro de comunicação social Edinho Silva, que passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no esquema de corrupção da Lava Jato disse que não ia deixar o governo. Nas eleições de 2014, Edinho Silva era tesoureiro da campanha do PT e segundo delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, o ministro de comunicação teria exigido contribuição para a campanha de Dilma Rousseff, ameaçando com cortes nos contratos com a Petrobrás.

Ontem o ministro disse que ia aguardar as investigações autorizadas pelo STF. "Eu prefiro aguardar o processo de apuração por que eu não tenho medo da verdade, eu tenho segurança do que eu fiz na campanha, o maior defensor desse processo sou eu, espero que no final de tudo isso a verdade prevaleça", disse.

A presidente chegou ao desfile de carro aberto, foi vaiada toda vez que o locutor oficial anunciou o nome dela, ficou o tempo todo ao lado do vice Michel Temer, com quem tem tido desavenças, e deixou o palanque ao final do evento.

À exemplo do 1º de maio, Dilma Rousseff não fez pronunciamento nem pelo rádio e nem pela televisão para saudar o dia da independência, mas o planalto divulgou um vídeo na internet em que a presidente diz o que o Brasil vai receber os refugiados sírios, tratou a crise como um produto importado, reconheceu que o momento não é dos melhores e advertiu que o brasil so vai sair da crise depois que ela receitar um remédio amargo para a população.

Nesta terça-feira (8) a presidente faz uma reunião da coordenação politica para tratar das articulações com o Congresso Nacional e as votações de interesse do governo, e no meio da tarde, reune-se com o ministro das cidades, Gilberto Kassab, para falar de projetos de saneamento básico.