SAÚDE

Médicos da UPA da Caxangá decidem pedir demissão após anúncio de redução de quadro

Dos 25 médicos que atuavam na UPA da Caxangá, atendendo cerca de 11 mil pessoas, 21 estão cumprindo aviso prévio

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 21/09/2015 às 14:51
Foto: Google Street View


Os médicos da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Caxangá, na zona Oeste do Recife, pediram demissão por causa do anúncio de uma nova redução no quadro desses funcionários e da falta de insumos básicos de atendimento. A decisão foi tomada na última quarta-feira (16), depois de uma reunião entre os responsáveis pela administração e os médicos, onde foi apresentado um plano de recuperação financeira para a unidade.

Esse projeto incluía a diminuição de mais um médico clínico e de um pediatra, medida semelhante a uma tomada há dois meses, que provocou a extinção do quadro de ortopedistas e dos diaristas. O presidente do Sindicato dos Médicos, Simepe, Mário Jorge Lobo, explicou que a situação não é de enfrentamento ou greve, e que os médicos não vão ser coniventes com o descaso com a saúde. Ele também falou sobre as definições de prioridades para solução do problema.

Na contra-mão dos problemas salariais dos médicos da UPA da Caxangá estão os pacientes que sofrem com a demora ou mesmo falta de atendimento na unidade, como contou o vendedor Marcone Brito Silva. O paciente relatou que para ser atendido, tem que “fingir” que está morrendo.

Dos 25 médicos que atuavam na UPA da Caxangá, atendendo cerca de 11 mil pessoas, 21 estão cumprindo aviso prévio. Em nota, a Secretaria de Saúde disse que começou a regularizar os repasse para a unidade e que vem dialogando, diretamente com a coordenação do serviço, para que seja garantida a assistência aos pacientes com os devidos insumos e equipe médica adequada à demanda da unidade. Já a administração da UPA, informou que a unidade está passando por uma reestruturação, mas que o expediente ainda está sendo definido.