PROTESTO

Sem pagamento, funcionários do IML paralisam serviços de liberação de corpos

Trabalhadores terceirizados afirmam que só voltam a trabalhar quando receberem os salários atrasados

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 22/09/2015 às 10:33
Foto: reprodução/TV Jornal


Reportagem de Roberto Carvalho

A situação no Instituto de Medicina Legal do Recife deve ficar ainda mais crítica. Os funcionários terceirizados que trabalham no IML prometem interromper o serviço de necropsia e a liberação de corpos. Além da falta de pagamento, os trabalhadores afirmam que as condições de trabalho são insalubres. O presidente da Força Sindical, Rinaldo Júnior, afirma que eles não recebem se quer um copo de água.

De acordo com Rinaldo Júnior, a decisão foi tomada pelos 56 funcionários em assembleia. "Infelizmente a população vai ser prejudicada mais uma vez pelos maus empresários e maus governantes que insistem em achar que salário é favor. Salário é obrigação. O trabalhador trabalhou e merece receber seu pagamento", disse. Rinaldo ainda afirmou que há mais de nove meses os soldos atrasam. "Pra começar a discutir, esse salário tem que estar no bolso. Não tem o que se negociar sem salário no bolso", completa.

A reportagem da Rádio Jornal conseguiu a confirmação de que os corpos que já foram necropsiados serão liberados em respeito à família. Os corpos que chegarem posteriormente, ficaram à espera de liberação. Os funcionários ainda afirmam que nem irão receber corpos, nem buscá-los.

Na manhã desta terça-feira, os funcionários fizeram um protesto em frente ao prédio sede do IML, que fica no bairro de Santo Amaro, gritando as palavras de ordem irônicas "o salário morreu". Eles também fizeram o enterro simbólico do pagamento.

Em junho, o IML passou por uma crise quando policiais civis paralisaram o serviço. Na semana passada, o governador Paulo Câmara anunciou melhorias nos IMLs do Recife, de Caruaru, de Petrolina e a criação de um IML no Sertão do Araripe.