CIDADE NATAL

Sem dinheiro, edição 2015 do tradicional Mimo é cancelada em Olinda

Neste mês, a mostra já aconteceu em Paraty (RJ) e nas cidades mineiras de Ouro Preto e Tiradentes (MG), além de estar mantida na capital carioca para novembro

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 21/10/2015 às 7:52
Foto: Beto Figueiroa/Divulgação


A justificativa da organização do Mimo Festival para o cancelamento da mostra em Olinda foi a falta de verba. O que está intrigando os pernambucanos, porém, é que as outras quatro edições marcadas para acontecer em 2015 foram mantidas no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

O Mimo nasceu em Olinda em 2004 como uma mostra de música que nas igrejas de Olinda e se consolidou como o maior evento de música instrumental do Brasil, incluindo a realização de cursos, oficinas, palestras e mostra audiovisual. A Edição 2015 chegou a ser adiada de setembro (4 a 7) para novembro (20 a 22), mas acabou sendo cancelada depois da organização não conseguir captar os recursos necessários. Está é a 12ª edção do efento e a primeira em que Pernambuco não será contemplado.

Este ano, três atrações haviam sido confirmadas: Bombino, guitarrista do Níger e um dos maiores nomes da world music, o cantor, compositor e guitarrista do Mali, Boubacar Traoré, e o contrabaixista francês Stéphane Kerecki. Uma mostra com 19 filmes também havia sido confirmada, sendo oito longas-metragens, três médias-metragens e oito curtas-metragens.

Em nota, a assessoria de imprensa do Mimo Festival alega que o cancelamento aconteceu devido às dificuldades econômicas enfrentadas pelo Brasil. "Apesar do nosso empenho para manter o Mimo festival em sua íntegra, infelizmente nos vemos obrigados a comunicar à imprensa, aos fornecedores e ao nosso público fiel o cancelamento da 12ª edição, na cidade de Olinda, em 2015", diz o comunicado.

De acordo com o diretor de negócios do Mimo Festival, Luiz Calainho, os cachês serão pagos aos artistas que já haviam sido contratados. "Estamos na fase de 'desprodução' do festival", completa.

O diretor do Mimo explica que o Bradesco e o BNDES são responsáveis por cerca de 50% do valor captado para todas as cidades. Caso Olinda tivesse continuado entre as praças, teria recebido algo entre 25% e 30% do total. O restante da verba vem do Governo do Estado e de parceiros privados.

Em nota, o Governo do Estado afirmou que tem todo interesse em manter sua ajuda ao evento, mas "está consciente de que apenas o seu apoio é insuficiente para um evento do porte do referido festival. Valores ainda não foram avaliados, pois não há definição de cotas dos demais parceiros".