DEBATE

Armando Monteiro diz que não existe mágica: ou se cria o imposto ou não se paga as contas do País

Ministro Armando Monteiro Neto defendeu CPMF, ajuste fiscal e alfinetou ministro da Fazenda

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 23/10/2015 às 12:22
Foto: Luiza Falcão/Rádio Jornal


“Querer fazer média contra os impostos e ignorar as necessidades do país é fácil”. Foi esse o tom da entrevista do ministro da indústria e do desenvolvimento econômico Armando Monteiro Neto (PTB). O ministro participou do debate “Super Manhã” desta sexta-feira (23), sob o comando de Geraldo Freire e com os jornalistas Ivanildo Sampaio e Fernando Castilho, do Jornal do Commercio.

O ministro defendeu o retorno da cobrança da CPMF como uma das soluções a curto prazo para resolver o cenário de forte déficit fiscal do país: “Não se tem como fazer mágica. Ou você cria o imposto ou não paga as contas do país”, afirmou. Ele, contudo, defendeu o ajuste fiscal e garantiu que qualquer governante reconhece a necessidade de se reajustar as contas.

Em meio às críticas do PT ao ajuste fiscal promovido pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o ministro discordou da oposição do presidente do PT, Rui Falcão, em combate ao ajuste. Ele declarou que o ex-presidente Lula nunca se colocou contra as políticas do ministro da Fazenda Joaquim Levy, mas que concorda que é preciso apontar um caminho: “O objetivo de qualquer política econômica é o crescimento. O ajuste fiscal precisa ser um meio e não o fim (...) o ministro da Fazenda precisa apontar os rumos para além do ajuste”, afirmou.

CRISE E POLÍTICA NACIONAL

Para Armando Monteiro, o Brasil tem problemas estruturais, que precisam ser enfrentados. De acordo com ele, “não existe país no mundo com gasto previdenciário do tamanho do nosso. Nem com tanta rigidez fiscal”. Ele criticou as lideranças que criticam o aumento de impostos e não apresentam nenhuma solução: “Querer fazer média contra os impostos e ignorar as necessidades do país é fácil. No atual contexto não existe outro caminho a não ser criar um imposto provisório”, afirmou.

O petebista criticou a oposição que , segundo ele, “procura um impeachment a qualquer custo” e não tem responsabilidade. “Essa agenda do impeachment paralisou o Brasil. Precisamos sair disso e discutir os problemas do país”, declarou. O ministro acredita que o Brasil tem força suficiente para superar mais um momento de crise.

Em relação à política local, Armando disse que Pernambuco passa por um momento muito delicado e que prognósticos apontam para um cenário de queda do PIB pior do que o de outros estados. Sobre o governador Paulo Câmara (PSB), do qual foi rival nas eleições de 2014, o ministro disse que não se sente feliz sobre os problemas pelo qual o estado atravessa. “Estou à inteira disposição do governador. Vou visitá-lo, já que ele ainda não me visitou”, brincou.