Atos previstos para todo o Brasil pedem a cabeça do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Aqui no Recife a mobilização será às 16h30, com concentração na Praça do Derby. Além das denúncias de corrupção, Cunha é criticado por ser autor do Projeto de Lei 5069/2013, que muda o tratamento às vítimas de estupro e dificulta o aborto garantido por lei.
Uma das organizadoras do movimento, Wedja Martins, afirma que o projeto é uma verdadeira afronta aos direitos conquistados pelas mulheres. “Esse ato representa a indignação da sociedade brasileira diante do retrocesso que estão sendo apresentado pela bancada fundamentalista que a gente tem hoje em nosso País”, diz. Para Wedja, a mudança na legislação reforça a cultura do estupro. “O PL 5069 é uma afronta à vida das mulheres. Ele diz ao estuprador que eles podem continuar cometendo o ato que nós mulheres vamos ter que provar que fomos vítimas criminalmente”, completa.
Aprovado no último dia 21 na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos deputados, o Projeto de Lei 5069/2013 obriga a realização de exame de corpo de delito para comprovar os casos de estupro. O texto torna crime a utilização de métodos contraceptivos de emergência, ou abortivos, e a prestação de auxílio ao aborto, principalmente por parte de profissionais de saúde.
Para os organizados do projeto até a "pílula do dia seguinte" pode ser considerada abortiva e passar a ser proibida. No facebook do movimento, o grupo afirma que a maioria dos casos de estupro é cometido por parentes e conhecidos .“Precisamos lembrar que apenas 1/3 das mulheres dão queixa dos seus estupros em delegacias. Com essa PL, o número diminuirá, pois a mulher se sentirá muito mais humilhada e abandonada”, diz o texto.