OLINDA

Após reintegração de posse na comunidade do V8 moradores denunciam ausência da prefeitura

Preocupação é com o pagamento do auxílio moradia

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 25/11/2015 às 14:21

Vinte e duas famílias que residiam em um terreno na comunidade V8, em Olinda, foram retiradas do local e tiveram as casas parcialmente destruídas nesta quarta-feira (25).

A ordem de reintegração de posse foi determinada pela prefeitura do município, que pretende construir em uma região de 650 metros quadrados um Centro de Referência em Assistência Social (Cras) e uma creche. Outras 20 famílias ainda devem ser despejadas do local em duas etapas, porém, de acordo com a Procuradoria de Olinda, as datas para essas ações ainda não foram definidas.

Os moradores da localidade chegaram a realizar protestos contra a ordem de despejo na terça-feira (24), entretanto a saída nesta quarta aconteceu pacificamente e com a presença da Polícia Militar. Elisangêla Silva mora com o pai há 14 anos na comunidade. Ela diz que agora eles não têm para onde ir e reclama da falta de apoio da prefeitura. “Chega todo mundo para tirar a casa de todo mundo mas a gente não tem direito a nada, eu acho incrível uma coisa, nem um auxílio moradia”, denunciou.

Confira os detalhes de Clarissa Siqueira:

Segundo a prefeitura de Olinda, foi realizado um cadastro com as famílias retiradas do terreno. Os dados agora devem ser analisados para que alguns recebam os benefícios. O procurador chefe de contencioso de Olinda, kleyton pereira, detalha quais são os próximos passos. “Não se pode dar nenhum tipo de benefício, antes da retirada. Eles já compareceram à Secretaria de Desenvolvimento Social pra fazer o cadastramento para ver as pessoas que vão ter direito a algum tipo de assistência pelo município”, informou.

Enquanto isso, os outros moradores da localidade temem que o terreno desocupado se torne um ponto para tráfico de drogas e prostituição. Morando desde criança na comunidade V8, aos 32 anos, Rúbia Gerlane diz que as obras no local sempre demoram para ficarem prontas. “Aqui não vai ser resolvido é nada. O posto de saúde faz três anos que está ali para terminar a construção e está lá. Começaram e não terminaram”, reclamou a moradora.
Toda ação de despejo foi coordenada pelo 1º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco.