PASSANDO A LIMPO

Ministro Marco Aurélio fala sobre prisão do senador Delcídio Amaral

O líder do governo no senado teria obstruído as ações da Operação Lava-Jato, ao tentar destruir provas contra ele

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 26/11/2015 às 18:52


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, conversou com a bancada do Passando a Limpo, sobre a prisão de Delcídio Amaral, líder do governo no senado.

O senador foi preso na manhã de quarta-feira (25), em Brasília. Segundo ação movida pela Procuradoria Geral da República, com o apoio do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador teria obstruído as ações da Operação Lava-Jato, ao tentar destruir provas contra ele.

“O Supremo ficou bem na fotografia. Agora, cumprindo o dever e atuando como a última trincheira do cidadão”, destacou o ministro. “Os tempos são muito estranhos, mas as instituições estão funcionando, e isso é o que importa. Sinaliza dias melhores, é um alento para a sociedade brasileira quanto à correção de roubos”, completou, apontando ainda que isso dar esperança.

Questionado sobre as artimanhas utilizadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para atrasar a tramitação do seu processo de cassação no Conselho de Ética da casa e se isso não abriria precedentes para que a Procuradoria Geral da República também pedisse o afastamento do parlamentar, ele explicou que a situação “tem campos diversos”. “O primeiro é o campo jurisdicional, ou seja, da percepção criminal. O segundo campo é o campo administrativo político. Agora, claro que se o Supremo for provocado ele vai se pronunciar a respeito e vamos ver quais serão as causas de pedir apontadas pelo dr. Janot, procurador geral da república”.

“É impensável que um presidente da Câmara interfira de alguma forma para obstaculizar a atuação de uma comissão considerado o processo de cassação que o envolve”, apontou.

O lobista Fernando Baiano citou o senador Delcídio em delação das investigações da Operação Lava-Jato, que investiga o esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Segundo Baiano, Delcídio teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.