Reportagem de Lélia Perlim
O Tribunal de Justiça de Pernambuco decidiu manter em funcionamento as três unidades prisionais existentes em Itamaracá, na Região Metropolitana Norte do Estado. A decisão foi tomada pelo colegiado da Segunda Câmara de Direito Público em julgamento realizado nessa quinta-feira (26) na sede do TJPE, no Centro do Recife.
Os desembargadores Francisco Bandeira de Melo, Alfredo Jambo e José Ivo entenderam que o Estado não tem para onde realocar os quase cinco mil detentos que estão nas penitenciárias Barreto Campelo, Agroindustrial São João (antiga PAI) e no hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Com isso, os magistrados derrubaram a decisão tomada em primeira instância pelo juiz da Comarca de Itamaracá, José Romero de Maciel Aquino, emitida em maio de 2006.
A decisão anterior acatava ação movida pelo município de Itamaracá e condenava o estado a desativar as unidades. O advogado da Prefeitura, Ricardo Cabral, afirma que a cidade vai recorrer da decisão e pede o comprometimento do Estado em enviar os reeducandos para o presídio de Itaquitinga, assim que ele estiver pronto. De acordo com o advogado, os impactos causados pelos presídios na Ilha são desastrosos.
O ponto positivo do julgamento para a Ilha foi a manutenção da decisão sobre o restauro da casa grande do Engenho São João, localizado na antiga PAI. A construção tem grande importância histórica: nela nasceu o abolicionista e conselheiro João Alfredo, relator da Lei Áurea e fundador do Banco Do Brasil.