DECISÃO

Presidente da Câmara acata pedido de impeachment de Dilma

A decisão foi tomada após o PT anunciar voto contrário a Eduardo Cunha no Conselho de Ética

Da Rádio Jornal
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Publicado em 03/12/2015 às 7:59
Foto: J. Batista/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fará hoje a leitura do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os argumentos trazem como motivo principal as chamadas "pedaladas fiscais", e a decisão de Cunha veio logo após o PT anunciar voto contrário ao pedido de interromper o processo de cassação de seu mandato.

Nesta quinta (3), Cunha vai ler, no Plenário da Câmara, o pedido de impeachment. Também na quinta, tem início a criação da comissão especial para analisar o caso e os partidos terão até 24h para indicar os integrantes. A comissão terá 66 parlamentares e igual número de suplentes. A presidente Dilma Rousseff terá dez sessões, a partir da notificação, para apresentar a defesa por escrito.

A primeira reunião do grupo será marcada para no máximo 48h, onde vão ser escolhidos o presidente e o relator do processo. Após apresentados, os argumentos da petista serão analisados pela comissão especial, em 5 sessões do Plenário da Câmara dos Deputados.

Para que a abertura do impeachment seja aprovada, são necessários 342 deputados. O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Melo explica o rito da lei que trata do assunto:

De acordo com a Câmara dos Deputados em Brasília, foram apresentados somente este ano 28 pedidos de impeachment de Dilma. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adota a cautela ao comentar o episódio:

A abertura do processo de impeachment divide opiniões na bancada pernambucana no Congresso Nacional. O deputado federal Jarbas Vasconcelos apoia o afastamento da presidente, mas classificou o ato de Eduardo Cunha como manobra. Já o deputado federal Mendonça Filho, líder do Democratas, não conceitua como vingança a postura do presidente da casa:

O discurso é corroborado pelo líder da oposição na Câmara, o pernambucano Bruno Araújo, do PSDB:

Líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa afirma que a medida tomada por Cunha é uma retaliação de baixo nível ao governo e ao partido. O senador diz que os aliados vão estar prontos para o embate, seja onde for: