BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO

Segundo Ministério da Saúde, Pernambuco já registra 804 casos suspeitos de microcefalia

Foram contabilizadas 19 mortes devido à malformação congênita. Notificações chegam a 1.761, distribuídos em 13 estados e no Distrito Federal

Da Rádio Jornal
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Publicado em 08/12/2015 às 11:25
Foto: Reprodução/Internet

Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira (8), o Ministério da Saúde apresenta o novo boletim epidemiológico da microcefalia, com números atualizados da malformação no Brasil. Os números se referem até o dia 5 de dezembro e, até agora, foram notificados 1.761 casos, em 422 municípios de 16 unidades da federação. Apenas em Pernambuco, os casos notificados de microcefalia subiram de 646 para 804. Embora não estejam no Boletim, os casos de microcefalia se estendem em 19 estados do país.

Para garantir o cuidado adequado às gestantes e bebês, o Ministério da Saúde também elaborou um novo Protocolo e Diretrizes Clínicas para o atendimento da microcefalia. O novo protocolo foi construído com a colaboração de especialistas e ajusta algumas definições do protocolo inicial.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, fala que o principal ajuste deste protocolo em relação ao anterior é a mudança do perímetro encefálico, que passa agora a ser de 32 centímetros. “Essa diferença de um centímetro leva a um grande número de notificação de crianças que estão no limite da curva de normalidade, mas isso não quer dizer que as crianças com mais de 32 centímetros não serão acompanhadas”, afirmou. Vale esclarecer que o perímetro cefálico varia conforme a idade gestacional do bebê e, enquanto não são confirmados, estes casos continuam em investigação, feita através de exames que são feitos em cerca de duas semanas.

Até agora, foram contabilizadas 19 mortes de bebês que morreram devido à malformação. Deste total, sete óbitos ocorreram no Rio Grande do Norte, quatro em Sergipe, dois na Bahia e Rio de Janeiro, e um no Ceará, Paraíba, Maranhão e Piauí. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

Sobre a possibilidade da criação de vacina para o zika vírus, Cláudio Maierovitch diz que existe uma possibilidade do mesmo mecanismo usado para produção de vacinas para febre amarela funcionar para o zika, já que são Flavivírus, mas que "não vamos vender falsas expectativas”. “Nesse momento, o que podemos dizer é que existem profissionais interessados em pesquisar a relação entre zika e a microcefalia”, completou.