CORRUPÇÃO

Presidente da OAS é preso em operação que investiga superfaturamento na transposição do São Francisco

Segundo a Polícia Federal, dos R$ 680 milhões destinados à obra, R$ 200 milhões teriam sido desviados para empresas de fachada

Da Rádio Jornal
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Publicado em 11/12/2015 às 16:22
Foto: Divulgação/ Polícia Federal


Trinta e dois mandados judiciais e 24 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, nesta sexta-feira (11), em Pernambuco ,em outros sete estados e no Distrito Federal pela Polícia Federal. Quatro diretores das empreiteiras OAS, Coesa, Galvão e Barbosa Melo foram presos na Operação Vidas Secas Sinhá Vitória da Polícia Federal. Entre eles, o presidente da OAS, Elmar Juan Passos Varjão Bomfim.

A ação, coordenada em Pernambuco, foi decretada também em outros seis estados e no Distrito Federal. Na iniciativa foi identificado o superfaturamento das obras executadas em dois, dos 14 lotes da transposição do Rio São Francisco, em um trecho de 80 quilômetros, entre os estados da Paraíba e Pernambuco.

Segundo a Polícia Federal, dos R$ 680 milhões destinados à obra, R$ 200 milhões teriam sido desviados para empresas de fachada ligadas ao doleiro Alberto Yousseff e ao lobista Adir Assad. Os dois já investigados e presos na Operação Lava Jato, que apura desvios de dinheiro da Petrobras.

Clarissa Siqueira traz os detalhes:

O delegado coordenador da operação, Felipe Leal, explica como a polícia comprovou o envolvimento deles, em mais um esquema de corrupção. “A investigação, primeiro, constatou um superfaturamento nos lotes 11 e 12 seria de Custódia, aqui em Pernambuco, até Monteiro, na Paraíba. Um superfaturamento na modalidade de quantidade, ou seja, o pagamento pelo serviço que não foi realizado, principalmente nas obras de terraplanagens”, detalhou. “Foi também pela investigação financeiro, constatado que uma expressiva parte dos recursos foram destinados a empresas fantasmas ou laranjas, tanto do Alberto Yousseff quanto do Adir Assad”, completou.

De acordo o superintendente da Polícia Federal Em Pernambuco, Marcelo Diniz Cordeiro, outros lotes das obras de transposição do Rio São Francisco vão ser investigados. Agora, a polícia quer saber quem seria beneficiado com o dinheiro desviado e se há envolvimento de servidores públicos e políticos.

A polícia comprovou ainda que a empresa gerenciadora de todo o projeto, a Concremat, também estaria envolvida no esquema de desvio de dinheiro. Os investigados vão responder pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro.

A investigação começou em 2014, a partir de informações repassadas pela Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União. Os superfaturamentos foram registrados entre os anos de 2010 e 2013.