SAÚDE

Microcefalia: É uma das maiores crises da saúde pública nos últimos 100 anos, diz vice-presidente da Fiocruz

Valcler Rangel conversou com Ednaldo Santos nesta segunda-feira e falou sobre a situação

Da Rádio Jornal
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Publicado em 21/12/2015 às 18:22
Valcler Rangel coloca a epidemia como uma das maiores crises em saúde pública
nos últimos cem anos
Foto: Divulgação


O País passa por um surto de casos de microcefalia, onde a maioria dos casos está concentrado em Pernambuco. O balanço divulgado pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (17), em Brasília, revelou que Pernambuco já chegou a 268 notificações de casos de microcefalia este ano.

O vice-presidente da Fiocruz Valcler Rangel disse que essa epidemia é uma das maiores crises em saúde pública nos últimos cem anos. Ele conversou com Ednaldo Santos, na tarde desta segunda-feira (21), sobre a situação. “Essas grandes tragédias da saúde pública que tivemos neste período do passado elas levaram a muitas mortes, como a gripe espanhola, e levaram também a muitas situações de sofrimento de famílias, como poliomielite e a varíola” disse. “No entanto, pela rapidez com que o processo está se alastrando na população, pelo desconhecimento que temos no plano mundial, não é só uma questão regional do Brasil, o desconhecimento que se tem sobre as relações entre o vírus zika e a ocorrência de microcefalia e talvez de outras situações que levem a malformação, nós já podemos considerar essa situação que ela é certamente uma das piores crises que a gente passou”, alertou o especialista.

Confira a entrevista completa:

Pernambuco já tem 127 casos a mais do que o último levantamento, divulgado na semana passada, que indicava 141 casos suspeitos e 89 confirmados. Pelo novo levantamento, o número de confirmações da malformação chegou a 102.

O combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika, dengue e chicungunha, tem sido uma das ferramentas para controlar a crise. Para Valcler, com a situação apresentada, qualquer país do mundo teria dificuldade para controlar a situação. “Eu acho que nós, com o Sistema Único de Saúde, pudemos, inclusive, rapidamente detectar o problema, dar transparência para ele. O que foi muito importante para que a gente pudesse ter ao mesmo tempo a população sabendo da gravidade do problema que está ocorrendo. E pudemos tentar buscar nossas capacidades de pesquisa e assistência para conseguir acolher as gestantes”, acrescentou.