A tragédia no Rio de Janeiro que deixou quatro pessoas da mesma família mortas, no último domingo (3), reacendeu o debate sobre os riscos de uma fiação elétrica exposta e a falta de treinamento da população para técnicas de reanimação. O rompimento de um fio de alta-tensão matou, em menos de cinco minutos, Raphael Sergio Alcântara Oliveira, de 35 anos, seus filhos Lucas Alcântara de Oliveira, 13, e Gabriel Alcântara de Oliveira, de 9 meses, além do seu padrasto, Adão Orlando Silva Moraes, de 87 .
Um cabo de alta tensão se rompeu e atingiu o carro onde estava o bebê Gabriel. O irmão adolescente, que estava do lado de fora do carro, abriu a porta para tentar retirar o bebê. Neste momento, o garoto de 13 anos recebeu toda a descarga a elétrica e conduziu o choque para a criança que estava no carro.
Foi quando o pai dos meninos, Raphael Alcântara, tentou puxar o filho e também foi atingido pela descarga elétrica. O avô das crianças, Adão, ao ver a mulher ir na direção das vítimas, entrou na frente da esposa e morreu.
O paramédico e coronel do Corpo de Bombeiros, Leonardo Paiva, conversou com a bancada do Passando a Limpo e explicou a situação. “O carro por si só, ele é um isolante, por que ele está isolado com os pneus no chão. Mas no momento em que uma pessoa toca com o pé no chão e toca no carro, o carro passa a ficar energizado”, detalhou.
Segundo o paramédico, a criança dentro do carro não corria risco. No entanto, quando o adolescente tentou entrar no carro, serviu como fio-terra.
No vídeo que circula na internet da tragédia é possível ver que as pessoas ao redor não realizam os primeiros socorros. “Não existe um treinamento para técnicas de reanimação. Num caso desse, poderia os transeuntes que soubessem fazer a reanimação tentar fazê-la”, diz. O especialista reforçou ainda que o importante era não ter tocado no carro.
Confira a entrevista completa e o programa Passando a Limpo que entrevistou ainda o meteorologista Mario Miranda: