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Moradores atingidos pelo acidente que vitimou Eduardo Campos ainda não foram indenizados

Relatório final sobre o acidente com a aeronave Cessna é apresentado nesta terça-feira

Da Rádio Jornal
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Publicado em 19/01/2016 às 15:45
Foto: Reprodução/ Internet

A Força Aérea Brasileira (FAB) apresenta, nesta terça-feira (19), o relatório final das investigações do acidente envolvendo a aeronave Cessna que caiu e matou sete pessoas, entre elas o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Apresentação acontecerá no auditório do Cenipa, em Brasília-DF.

O relatório é longo, denso e tecnicamente bem justificado. Dois aspectos importantes: o técnico, o primeiro é que o piloto não teria todo o treinamento necessário para comandar aquele Cessna 560XL. Segundo, as horas trabalhadas do piloto eram excessivas, ou seja, ele estava passando por um processo de estafa.

O documento recomenda ainda que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) deve se preocupar com este tipo de treinamento. O relatório é apresentado pelo chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro José Schuck, o investigador, tenente Raul de Souza, e o investigador operacional, major Carlos Baldin.

Romoaldo de Souza acompanha a apresentação e traz os detalhes diretamente de Brasília:

Familiares da vítima do acidente também estão no Cenipa e receberam o relatório final antes da imprensa, mas não iriam falar com os repórteres.
A aeronave Cessna caiu no dia 13 de agosto de 2014, na cidade de Santos, no litoral de São Paulo. A aeronave tinha saído do Rio de Janeiro.

Ao todo, 14 imóveis foram atingidos pelo impacto do avião. O dono de uma academia que ficou destruída, Juarez Câmara, denuncia que ainda não recebeu indenização. Segundo ele, a má vontade dos responsáveis está impedindo o pagamento. “Eles não prestaram nenhum esclarecimento a respeito da situação da aeronave, se ela era alugada, se foi comprada. Qual a era a situação real”, apontou Juarez.

Confira a entrevista completa:

Juarez fala ainda sobre a confusão de quem era o dono da aeronave. “O que consta na Aeronáutica é a F. Andrande e depois houve uma tentativa de compra por dois cidadãos no Recife, Apolo e Lyra, que depois descartaram isso”, revelou. “É uma história atrás da outra. Uma tremenda má vontade. Alguma coisa está escondida em tudo isso. Estão tentando colocar as coisas embaixo do tapete”, enfatizou senhor Juarez.

Ele teve um prejuízo estimado, em mais de R$ 2 milhões, mas com esse impasse não sabe quem procurar. Ele espera que a apresentação do relatório ajude as vítimas a conseguirem algum ressarcimento. “Ninguém foi indenizado. Eu ganhei uma tutela antecipada em primeira instância, em Santos, que era para minha sobrevivência, no valor de R$ 10 mil e o PSB recorreu e ganhou em segunda instância em São Paulo”, disse.

“Um acidente assim é possível de acontecer como aconteceu. O que mais agride é desrespeito das pessoas e sabendo que essas pessoas todas, tanto de um lado quanto do outro, eles querem manter suas capitanias hereditárias”, revoltou-se. “A própria programação de família é já colocar outra pessoa para ser político, o filho dar sequência, o irmão dar sequência e a responsabilidade com o cidadão não existe”, finalizou.