O governo do estado resolveu adotar medidas emergenciais após os últimos episódios de fuga e arremesso de objetos no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. Lá existe uma população de 7 mil encarcerados, número 3 vezes maior que a capacidade.
Fora este dado, uma comissão formada por técnicos da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos e da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife visitou o entorno da unidade.
Na vistoria que durou cerca de 40 minutos foram identificadas fragilidades e em alguns pontos dos muros existe fendas de 50 centímetros e rachaduras. O alambrado criado para evitar o arremesso de drogas e armas não foi finalizado.
Para Pedro Eurico, secretário de Justiça e Direitos Humanos, a garantia da segurança do perímetro depende de ordenamento, que inclui desapropriações de moradias. “Existe aqui uma situação limite. Você não pode ter um presídio que você tenha uma distância entre o uso comum da população e a muralha do presídio de menos de três metros. Não tem como você garantir segurança nisso”, justificou o secretário. “Por isso que nós pensamos nessas muralhas de proteção, que antecedem a muralha superior que a gente também já construiu para impedir tráfico de drogas, de armas e principalmente fuga, como essa que nós tivemos aqui”, disse.
Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:
Quem vive em frente ao complexo prisional, como o técnico em eletrônica Salatiel Carneiro que chegou no local bem antes dos muros serem levantados teme pela saída. “Com certeza a gente tem medo, né? A gente já tem tempo aqui e a gente tem algum direito. A gente não quer sair daqui sem uma condição que a gente tem aqui”, disse o morador, mas comentando a situação de medo em vivem. “Ele realmente deixa a gente assustado. A gente não dorme”, contou.
E como a situação pede pressa, a apresentação de uma proposta para melhoria da segurança deve ocorrer até o fim da próxima semana. Já nesta quinta-feira os técnicos iniciam os estudos.
João Braga, secretário de mobilidade e Controle Urbano dá detalhes do que poderá ser feito. “O ordenamento urbano vai permitir que aqui entre um carro de bombeiro, da polícia, entre uma ambulância e também dê o espaço vital para que se exerça a segurança ao redor do presídio”, comentou.
O prazo para execução das melhorias deve ter início em 180 dias.