INVESTIGAÇÃO

Relatório confirma que índia morreu por chicungunha miosite, primeiro caso registrado no Brasil

Na literatura, apenas quatro casos tinham sido registrados na Índia

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 29/01/2016 às 14:57
Doutora Lucia Britto
Foto: Rafael Carneiro/ Rádio Jornal

O setor de neurologia do Hospital da Restauração, referência no assunto em Pernambuco, divulgou o resultado de uma pesquisa da qual foi registrada a primeira morte por Chikungunya Miosite no Brasil.

De acordo com a pesquisadora e chefe do setor de neurologia da unidade, a médica Lúcia Brito, na literatura apenas quatro casos tinham sido registrados na Índia. “A paciente fez o quadro clínico de dor articular, mialgia, dor muscular e febre, foi investigado clinicamente. Ela apresentava desde o princípio enzimas musculares muito elevadas. Ela começou então a mostrar um quadro de paralisia flácida, ou seja, o déficit motor dos quatro membros (pernas e braços) e com acometimento da musculatura respiratório”, revelou a médica. “Ela precisou ser entubada, mas ela quando chegou na assistência já estava com infecção generalizada. Provavelmente, foi a sequência: a virose, a paralisia flácida, em decorrência da Miosite, e uma infecção generalizada que foi a causa final do óbito da paciente”, completou.

Daniele Marques Santana, de 17 anos, da comunidade indígena Xukuru, em Pesqueira, no Agreste pernambucano, inicialmente havia sido diagnosticada com um quadro de Síndrome de Guillain-Barré - doença neurológica que bloqueia a passagem de estímulos nervosos, podendo causar paralisia - e o estudo revelou a morte inédita no país.

Daniele Marques, de 17 anos
Foto: TV Jornal

Confira os detalhes na reportagem de Rafael Caneiro:

O trabalho de pesquisa iniciado em abril de 2015 acompanhou 150 pacientes com complicações neurológicas. Neste universo, ainda foram revisados 99 diagnósticos com registro de seis casos de zika vírus, nove de dengue e 55 da Síndrome de Guillain-Barré com nove mortes.

O resultado da pesquisa já foi repassado para a Vigilância Sanitária Estadual, como explica Lúcia Brito. “Nós já fizemos a notificação para a vigilância. Seguramente deverá esses dados serem repassados da Secretaria de Saúde para o Ministério da Saúde para que seja alertada toda a população dessas possibilidades também”, finalizou a médica.