VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

Advogada do suspeito de estuprar bióloga em Noronha rebate investigação da polícia

Crime aconteceu no dia 9 de janeiro e Nelson foi preso dias depois do caso

Da Rádio Jornal
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Publicado em 01/02/2016 às 17:26
Foto: Polícia Civil/ Divulgação


A defesa do cozinheiro Nelson Thiago de Paula Lopes, de 33 anos, preso há 17 dias sob suspeita de estuprar uma bióloga no Arquipélago de Fernando Noronha, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (1) para apresentar a sua versão e as falhas na investigação policial.

Segundo a advogada Roselaine de Souza, a vítima fez o reconhecimento do suspeito por uma foto de rede social, o que de acordo com o código penal é proibido, devendo ser feito esse reconhecimento pessoalmente.

Ainda de acordo com a advogada, nove pessoas prestaram depoimento e nenhuma delas chegou a afirmar ter visto Thiago com a vítima. “Nenhuma imagem de câmera foi solicitada. Nem pela delegacia de polícia, nem pelo promotor de justiça do caso, à pousada ou mesmo ao Bar do Andrade”, acrescentou a advogada.

Lélia Perlim traz os detalhes:

A defesa também contesta a moto que Nelson teria pilotado. “Ela [a moto] nunca apareceu. Nelson não sabe pilotar, não possui moto e não possui carteira de motorista”, garantiu a advogada.

Na investigação, a polícia afirma que Nelson forçou sua demissão do local onde trabalhava na Ilha, chegando bêbado e atrasado. Roselaine também rebate a suspeita. “Uma outra informação é que ele não forçou a demissão dele para vir ao Recife. Nelson já tinha problema de alcoolismo, estava trabalhando há 15 dias ininterruptamente na ilha e recebeu folga naquele final de semana. E nada mais normal do que uma pessoa que está de folga beber. O único problema que ele cometeu foi que ele bebeu e foi trabalhar embriagado”, disse.

A advogada solicita imediata a liberdade provisória do cliente para que ele possa responder ao processo em liberdade. “Ele possui todos os requisitos que a legislação requer para que uma pessoa possa responder a um processo em liberdade”, disse.

O pedido de relaxamento foi feito no dia 26 de janeiro, mas ainda não houve resposta da justiça, pois ainda está em análise.

A bióloga, que afirma ter sido estuprada por Nelson no dia 09 de janeiro, disse em depoimento à Polícia Civil que saía de uma festa quando um homem desconhecido a puxou pelo cabelo, bateu no rosto dela e a obrigou a subir em uma moto. Na Praia do Bode, local deserto da ilha, ele teria abusado sexualmente da vítima e a agredido novamente.