EDUCAÇÃO

Com crise financeira, pais mudam filhos de escolas particulares para rede pública

De acordo com a Federação Nacional das Escolas Particulares, Fenep, a rede particular de ensino perdeu entre 10% e 12% das matrículas em 2016

Da Rádio Jornal
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Publicado em 19/02/2016 às 17:29
Foto: Alexandre Gondim | JC Imagem


A crise econômica fez com que famílias precisassem ajustar o orçamento doméstico e reduzir as despesas. E a educação não saiu ilesa desse cenário. Para cortar os gastos, muitas famílias optaram por transferir os filhos das escolas particulares para as públicas.

De acordo com a Federação Nacional das Escolas Particulares, Fenep, a rede particular de ensino perdeu entre 10% e 12% das matrículas em 2016, devido, principalmente, à crise financeira.

Em Pernambuco, o panorama não é diferente. Segundo presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco, José Ricardo Diniz, a rede particular previa essa redução diante do cenário de crise. “A escola particular prevê que ocorra uma retração no número de alunos. A crise não caiu de pára-quedas. Em 2015 já percebíamos isso”, disse.

Uma das famílias afetadas foi uma da técnica de enfermagem Fabiana Ferreira. O filho dela que sempre estudou em escola particular foi para a rede pública depois de ela perder o emprego. Ela viu o custo de vida aumentar por conta da crise e a mensalidade da escola ficar mais cara. “Cada ano que passa as coisas vão apertando, preço de livro um absurdo, mensalidades muito altas. Por conta da crise, o ano passado eu tive que retirar ele [meu filho] da escola particular e incluir ele na escola pública”, conta.

Apesar de não ter os números consolidados do aumento de alunos na rede pública, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco, Sintepe, percebe os impactos devido aos relatos dos professores que indicam situações de salas super lotadas. Fernando Melo, presidente da entidade, explica que, em 2015 houve uma migração de estudantes de escolas particulares para as públicas.

Os estudantes das classes C e D foram os que mais trocaram as salas de aula de escolas privadas pelas públicas.

Confira a reportagem de Isabela Dias: