A médica sanitarista Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde, em visita ao Recife nesta quarta-feira (24) elogiou o atendimento médico no estado prestado às gestantes e aos bebês com microcefalia, malformação que também está relacionada ao vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Acompanhada do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e da diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carissa Etienne, Margareth Chan conheceu o ambulatório e o centro de reabilitação congênita do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). O local é um centro de referência para o tratamento de crianças com microcefalia, onde 150 meninos e meninas com a malformação são atendidos atualmente.
Além da visita, a comitiva participou de uma apresentação técnica sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor ainda dos vírus dengue e chikungunya. Dados recentes sobre a microcefalia também foram apresentados a comitiva.
Confira os detalhes na matéria de Clarissa Siqueira:
O Secretário Estadual de Saúde, Iran Costa Júnior, apontou que cerca de 30 casos da doença são notificados por semana em Pernambuco. Há 209 casos confirmados. Ele fala sobre o acompanhamento a essas mães e aos bebês. “O estado tem investido junto com várias entidades, com a USP, Fiocruz, Universidade de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco, no desenvolvimento de novas tecnologias que nos ajudem a transpor esse problema”, disse.
Depois da apresentação técnica a diretora-geral da OMS falou rapidamente com a imprensa. De acordo com Margaret Chan, os médicos de Pernambuco foram competentes, corajosos e compromissados no diagnóstico e tratamento da epidemia. Ela disse ainda que o Brasil não está sozinho no combate ao mosquito.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, repetiu o que foi garantido depois de reunião com a presidente Dilma Rousseff na última segunda-feira (22). A vacina contra a dengue deve ser disponibilizada em até dois anos e a expectativa é de que em 3, a imunização da zika deve ficar pronta. “Nós temos que estar todos concentrados numa unidade nacional, porque o motivo não é municipal, não é estadual, o mosquito não é federal, não é de esquerda, de direita, do governo, da oposição, o mosquito é da responsabilidade de todos nós”, reforçou o ministro.
À tarde, a diretora-geral da OMS acompanha as pesquisas na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. No final, será realizada uma coletiva de imprensa com o balanço da vista ao país.