DENÚNCIA

Mães de bebês com microcefalia relatam agressão verbal de motoristas de ônibus na RMR

Segundo uma mãe, um dos motoristas teria se referido às crianças como "essas coisas"

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 29/02/2016 às 14:18
As mães foram à Delegacia de Peixinhos nesta segunda-feira
Foto: Suelen Fernandes/ Rádio Jornal


A Delegacia do Espinheiro está responsável pela investigação das denúncias que duas mães de bebês com microcefalia fizeram contra motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife.

A recepcionista Rosana Vieira e mãe de Luana, de quatro meses, e a dona de casa Gabriela Alves, mãe de Sophia, também com quatro meses, registraram boletim de ocorrência e alegam que foram desrespeitadas dentro dos coletivos.

As mães relataram que houve discussão com agressão verbal. Além disso, os motoristas teriam exigido que elas pagassem passagem, mesmo estando de posse do documento provisório de gratuidade.

Gabriela Alves diz ter passado pela situação por três vezes e detalha uma delas. “Ele saiu do lugar dele, todo bruto, foi lá para trás, a gente estava na última cadeira. Aí ele fez ‘o que vocês estão falando aí?’, aí eu disse ‘tá vendo que tem criança com deficiência’”, disse, acrescentando que o motorista ainda falou que ele teria dito que as passageiras não haviam pago a passagem. “A única que pagou foi minha mãe. Eu e mais outra era com carteirinha de livre acesso, só que a gente só está com um provisório”, explicou.

Confira os detalhes na reportagem de Suelen Fernandes:

Rosana Vieira conta como foi a abordagem dos motoristas. “Quando a gente pediu pra o motorista abrir a porta de trás eu ia passar o VEM e rodar a catraca. Quando a gente entrou, três paradas depois, ele parou o carro, levantou e eu veio me agredir verbalmente dizendo que eu era lisa, ‘trambiqueira’, caloteira, que já estava cansado dessas mães que têm acesso livre para andar de ônibus de graça com ‘essas coisas’, se referindo ao nosso filho”, contou a vítima.

As mães foram ouvidas na Delegacia de Peixinhos, onde o boletim foi registrado. O documento apresenta queixa de injuria e constrangimento ilegal.

Os casos ocorreram nas linhas de ônibus Barbalho/Detran, da empresa CRT, TI Xambá (Encruzilhada), da empresa Caxangá, e nas linhas de ônibus PE-15 (Boa Viagem) e Piedade (Rio Doce), ambas da empresa Borborema.