PERDA

Famílias que tiveram material genético inutilizado vão ser ressarcidas pelo Ihene

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) determinou a inutilização de 1843 cordões umbilicais, armazenados de forma irregular no Ihene

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 03/03/2016 às 16:03

Foto: Divulgação


O Instituto de Hematologia do Nordeste (Ihene) recebeu, nesta quinta-feira (3), os clientes prejudicados com o descarte de materiais genéticos e cordões umbilicais, armazenados no local. O órgão ainda não se pronunciou oficialmente sobre a portaria da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) que determinou a inutilização de mais de 1.800 cordões umbilicais armazenados no instituto.

O material deveria ser mantido a uma temperatura de 150 graus negativos, mas dos meses de maio a outubro do ano passado essa refrigeração oscilou chegando a temperaturas positivas de até 30 graus.

A situação foi denunciada por uma ex-funcionária do instituto e teria ocorrido pela falta de nitrogênio líquido, produto responsável pela estabilidade da temperatura.

A médica e cliente Renata Pradines afirma que o Ihene prometeu ressarcir os prejudicados. “Nós fomos atendidos pela advogada contratada pelo órgão e ela informou que todo material vai ser realmente descartado, que eles vão seguir a recomendação da Anvisa e que posteriormente as famílias vão ser chamadas”, disse a cliente, informando ainda que a ordem deverá ser de acordo com a ordem cronológica dos contratos.

As informações na reportagem de Cibelly Melo:

O diretor-geral da Apevisa, Jaime Brito De Azevedo, afirmou que as células-tronco presentes nos cordões umbilicais poderiam ser utilizadas no futuro para o tratamento do câncer nas crianças de onde foram coletadas, mas com o armazenamento irregular o material poderia até provocar a morte.

É exatamente por isso que a jornalista e cliente Andrea Franklin lamenta a perda que classifica como incalculável. “Não tem como a gente ter um valor para isso que está sendo perdido, porque a gente não pode nascer de novo, não pode coletar esse sangue novamente”, revelou. “Essa era a intenção: proteger. Nós nos protegemos, mas o banco não protegeu algo tão precioso que a gente deixou sob a guarda dele mediante contrato”, concluiu a jornalista.

Esclarecimentos junto ao Ministério Público sobre o caso podem ser obtidos por meio do telefone da promotoria de defesa da saúde que é o 3182-7454.