TODOS CONTRA O AEDES

Aedes Aegypti é assunto principal dos pernambucanos e causa lotação de hospitais e emergências

Um dos fatores que pode agravar a situação, é o baixo número de bairros saneados em Pernambuco. De acordo com a Compesa apenas 24% de todo o estado é saneado

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 05/03/2016 às 15:49
Imagem: reprodução


Nos noticiários, nas ruas, nas redes sociais... O assunto Aedes Aegypti tomou conta das rodas de conversa do pernambucano... O reflexo desse problema que está na boca do povo, a gente vê nas filas de hospitais e emergências lotadas.

Várias pessoas, contaminadas pelo mosquito, relatam dores articulares, febre e outros sintomas.

E se antes o Aedes Aegypti era famoso por ser o mosquito da Dengue, agora ele também pode transmitir a febre Chikungunya e o vírus Zica. Outra adaptação do Aedes, é que nem só a água limpa pode se tornar criadouro, mas também a suja. E o que você está fazendo para combater a proliferação deste inseto?

O médico infectologista Paulo Batista reforça a importância dos cuidados que dependem das pessoas, com relação a não deixar água parada. “A primeira conduta é retirar a água que está acumulada e uso de larvicida”, disse.

Dados da secretaria estadual de saúde apontam que entre os dias três janeiro e 27 de fevereiro, foram notificados 25.054 casos de dengue, em 174 municípios de Pernambuco. Isso representa um aumento de 155,50% em relação ao mesmo período de 2015. Até o momento, 64 mortes suspeitas foram notificadas.

No mesmo período, foram registrados 6.076 casos suspeitos de Chikungunya em 137 municípios do estado. Desses, 222 foram confirmados e 362 descartados. Um óbito está em investigação.

Já o Zica vírus teve 3.746 casos suspeitos, mas nenhum foi confirmado este ano. Em 2015, desde o início das notificações obrigatórias, no mês de dezembro, foram notificados 1.386 casos da doença. Aqui em Pernambuco, o centro de pesquisa Aggeu Magalhães da fundação Oswaldo Cruz confirmou 67 casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika.

A dona de casa Camilla Lins, contou que a epidemia chegou na rua onde mora, em Jaboatão dos Guararapes. Ele afirmou que só recebeu a visita de agentes de combate a endemias, depois que uma denúncia foi feita. “A primeira agente de saúde que eu vi passando por aqui só veio quando foi denunciado. Mas informou que não achou nenhum foco e não foi visualizada minha casa direito”, afirmou.

Na capital pernambucana, diversos bairros já receberam mutirões de combate ao mosquito Aedes Aegypti. A ação envolve profissionais da vigilância ambiental com apoio da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana, Emlurb e militares do exército brasileiro. De acorco com o secretário de saúde do Recife, Jailson Correia, todos os finais de semana acontecem mutirões de saúde, que já conseguiram remover mais 125 toneladas de lixo acumulado nas casas”, disse.

Um dos fatores que pode agravar a situação, é o baixo número de bairros saneados em Pernambuco. De acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento, Compesa, apenas 24% de todo o estado é saneado.

A região metropolitana do Recife tem 33% do território com tratamento de esgoto.Já no Recife a área não chega a 50%. O infectologista Paulo Batista afirma que a falta de tratamento sanitário implica no aumento dos mosquitos.

A estudante Paula Ferreira critica obras inacabadas pela cidade que propiciam o acúmulo de água e criadouro dos insetos. “A Compesa deixou uma obra mal acabada que eu até liguei pra denunciar. E sempre tem pelas ruas canos estourados e esgoto a céu aberto. A gente liga, mas ninguém toma uma providência”, lamentou.

Apesar das ações realizadas pelas autoridades, a população também é responsável pela limpeza e erradicação de possíveis criadouros do mosquito.

E você, o que está fazendo? Faça a sua parte. Não deixe que o mosquito mande na sua saúde!!

Confira a matéria especial de Cibelly Melo:

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