LUTO

Naná Vasconcelos: Melhor Percussionista do Mundo morre no Recife aos 71 anos

Músico estava internado desde dia 29 com complicações no tratamento de um câncer no pulmão

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 09/03/2016 às 8:14

Morreu às 7h39 desta quarta-feira (9), aos 71 anos, o percussionista Naná Vasconcelos. Ele estava internado no Hospital Unimed III desde o último dia 29 com complicações no tratamento de um câncer no pulmão. No último sábado (5), o quadro clínico do percussionista foi agravado e ele precisou ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O músico foi diagnosticado com infecção respiratória, arritmia cardíaca, além da progressão do tumor no pulmão. Segundo a assessoria de imprensa da unidade de saúde, o quadro do percussionista era extremamente grave e inspirava cuidados. Hoje, ele não resistiu ao quadro e faleceu. O velório acontece a partir das 14h na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O sepultamento acontece às 10h desta quinta-feira (10) no Cemitério de Santo Amaro.

Foto: Eric Gomes/Secretaria de Cultura


Naná Vasconcelos foi eleito o Melhor Percussionista do Mundo oito vezes pela revista americana Down Beat e venceu oito prêmios Grammy. No dia 9 de dezembro de 2015, ele recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na época, ele conversou com a reportagem da Rádio Jornal e disse como recebeu a notícia:

Em agosto do ano passado, Naná Vasconcelos foi diagnosticado com câncer no pulmão. Depois de mais de 20 dias internado, ele recebeu alta e deu início às sessões de quimioterapia e radioterapia, que duraram mais 40 dias. Em setembro, após alta médica, Naná disse à Rádio Jornal que recebeu muita energia positiva da equipe médica e que iria continuar se tratando para alcançar a cura. "Agradeço a todo mundo que está fazendo preces, orando por mim. Gente de diferentes ramificações religiosas e de toda parte do mundo. Gente da índia, da Noruega, do Japão, da China, da Austrália, da Turquia e dos Estados Unidos, onde morei 27 anos. Isso é muito bonito porque é do bem, é para o bem. Amém e amém".

Naná Vasconcelos foi o maestro da abertura do Carnaval do Recife há 15 anos consecutivos e este ano misturou a cultura africana, indígena e brasileira na cerimônia. Ao lado dele, mais de Naná Vasconcelos 700 músicos, cantores, dançarinos, nações de Maracatu, corais e caboclinhos, fizeram do carnaval 2016 uma festa digna de um grande homem. Ele também esteve no festival de música alternativa Rec-Beat. Na agenda do músico, estva marcada a participação dele em uma turnê pelo Japão, China e Coreia do Sul, que seria realizada no mês que vem.