CAPTURA

Polícia prende mais um suspeito de matar advogada em Palmares, em 1997

De acordo com a delegada de Capturas, Beatriz Gibson, as mortes tiveram motivação política

Da Rádio Jornal
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Publicado em 09/03/2016 às 15:47
Ivaldo Lopes de Amorim, de 43 anos, foi preso no Cabo de Santo Agostinho
Foto: Juliana Oliveira/ Rádio Jornal

A Delegacia de Capturas cumpriu o mandado de prisão preventiva de um homem suspeito de integrar um grupo de extermínio e de participar da morte da advogada Célia Maria Aleixo de Brito Avelino na cidade de Palmares, na Zona da Mata Sul, em agosto de 1997.

Ivaldo Lopes de Amorim, de 43 anos, foi preso na semana passada, enquanto trabalha como operador de máquinas no Cabo de Santo Agostinho e confessou ter sido contratado para tirar a vida da advogada quando saía de casa para o trabalho.

Na época, Célia cobrava a prisão da ex-vereadora de Palmares Tereza Josino Brandes, da irmã dela Lindinalva Brainer e do cunhado Manoel Domingos da Silva, chefe do grupo de extermínio, acusados pela morte do comerciante e irmão da advogada, Celso Mário Aleixo de Brito Avelino, 5 anos antes do crime contra a advogada.

Os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:

Os três foram julgados e condenados pela morte de Celso a 19 e 23 anos de reclusão, juntos com Antônio Carlos Borges preso no Rio Grande do Norte como mandantes e executores.

De acordo com a delegada de Capturas, Beatriz Gibson, as mortes tiveram motivação política. “Ele desagradava a vereadora e, com a morte dele, a irmã que era uma advogada atuante na cidade de Palmares revoltou-se e passou a cobrar justiça pela morte do irmão. Havia uma certeza velada de quem eram os mandantes daquele crime”, explicou. “Para que ela se calasse e não incomodasse o grupo político da vereadora simplesmente ela foi executada, dentro do seu carro, na porta de casa”, detalhou a delegada, apontando que a advogada foi executada com dois tiros na cabeça.

A delegada ressaltou também a participação do mesmo grupo nas mortes dos irmãos. “É importante dizer que o grupo que executou o homicídio do comerciante é o mesmo grupo que executou a advogada. Só que houve aquela enchente que destruiu vários processos no Fórum de Palmares e acredito que esse mandado de prisão já havia sido expedido. A irmã das vítimas, que também é advogada, me relatou que a sorte é que ela tinha uma cópia desse processo e levou à justiça para que fosse totalmente refeito”, contou a delegada.