POLÍTICA

Após delação de Delcídio, Mercadante diz que não agiu em nome de Dilma

A delação premiada do senador Delcídio do Amaral foi homologada nessa segunda-feira (14). O documentos tornou-se público nesta terça-feira (15)

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 15/03/2016 às 18:09
Ministro da Educação, Aloízio Mercadante
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr


O governo tenta minimizar, diminuir a importância da delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que deixou o PT do Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (15), mas para a oposição o conteúdo do que contou o ex-líder do governo no Senado ao Ministério Público está para lá do fundo do poço.

Segundo informações de uma gravação que foi anexada ao depoimento de Delcídio do Amaral, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, teria oferecido a um assessor do senador dinheiro para bancar a família de Delcídio, ajuda política para barrar processo no Senado e até um encontro com o ministro Ricardo Levandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na gravação feita por Eduardo Marzagão, assessor de Delcídio, o ministro Mercadante pede que o senador tenha calma para não abrir a boca e não contaminar o governo.

Delação do senador Delcídio do Amaral cita ainda Aécio Neves, Eduardo Campos
e Humberto Costa - Foto: Senado

Mercadante concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (15) e disse que não era bem isso e que não agiu em nome da presidente Dilma Rousseff. Segundo o ministro, ele não tentou comprar o silêncio de Delcídio do Amaral. Mercadante ainda falou que o áudio da delação foi editado.

Segundo a papelada que Delcídio entregou ao Ministério Público, o senador Aécio Neves também recebeu propina e o dinheiro que ele recebeu foi da empresa de energia Furnas. Em nota, ele negou.

O senador de Pernambuco, Humberto Costa, que também aparece na delação premiada de Delcídio, divulgou nota dizendo que a informação já havia sido ventilada e que, na prática, o senador já provou que não tem envolvimento.

Confira os detalhes na reportagem de Romoaldo de Souza:

Ainda conforme a gravação, que está no STF, Aloízio Mercadante disse que ia procurar o presidente do Senado, Renan Calheiros, afim de arquitetar um plano que leve os senadores a darem meia volta na decisão que confirmou a prisão de Delcídio.

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Confira na íntegra a delação premiada do senador Delcídio Amaral

Na coletiva, Aloízio Mercadante rebateu a informação e disse que quando ele fala que é possível conversar com Renan Calheiros, seria pela necessidade de Delcídio se armar juridicamente para poder, por exemplo, pleitear a anulação de uma decisão tomada pelos senadores que tinha referendado a prisão de Delcídio.

O presidente do Senado também se pronunciou e disse que não tem a menor chance desse assunto voltar à tona novamente.

Outras informações com Romoaldo de Souza:

“Em política, tudo pode”, disse o ministro da Educação. Ainda conforme a gravação que Delcídio entregou na delação premiada, o ministro Aloízio Mercadante afirma que vai pedir ao presidente do STF para encontrar uma saída e livrar o senador da cadeia.

Na avaliação do senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, as revelações mostram o fim do senador Delcídio do Amaral e a necessidade de apurar as denúncias.

Já o líder do governo, o deputado José Guimarães, do PT do Ceará, afirmou que no Palácio do Planalto o clima é de total tranquilidade porque a presidente Dilma Rousseff não tramou e nem iria dar apoio a uma trama para cometer qualquer tipo de crime.

No acordo que fez com o Ministério Público, o senador Delcídio do Amaral disse que vai devolver R$ 1,5 milhão aos cofres públicos.