A delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi homologada nessa terça-feira e contém 21 termos distribuídos em 255 páginas de revelações surpreendentes. O documento, assinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, traz denúncias pesadas contra Lula, Aécio e Dilma e políticos graúdos.
Já a denúncia contra o senador Humberto Costa (PT-PE), está no anexo 25 da delação e possui pouquíssimas informações contidas em apenas 4 linhas. Delcídio diz que o político pernambucano agiu com desenvoltura na refinaria de suape e que foi parceiro da empresa de gás, White Martins.
Delcídio diz também que o petista tinha relações com o empresário Mário Beltrão e era próximo do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Xosta, condenado na Lava-Jato. Humberto rebateu o conteúdo da delação premiada e disse que tudo não passa de um factoide. “Nada devo e nada tenho a temer”, disse.
Delcídio do Amaral também cita o nome do ex-governador Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto de 2014. O senador diz que o socialista atuou para beneficiar a empresa de energia IMPSA na licitação para o fornecimento de equipamentos na construção da usina de Belo Monte, no Pará.
De acordo com Delcídio, a empresa argentina IMPSA contava com o maior lobby a seu favor e tinha todo o suporte político de Eduardo Campos. Delcídio afirma que Eduardo Campos fez lobby para que a companhia argentina instalasse uma subsidiária aqui em Pernambuco.
A inauguração da empresa se deu em maio de 2008 com a presença da então presidente da Argentina, Cristina Kirchner. A IMPSA tem 5 centros de produção espalhados pela Argentina, Malásia e Brasil, onde possui dois centros no Complexo Portuário de Suape.
Nós procuramos a executiva nacional do Partido Socialista Brasileiro, mas ninguém atendeu as ligações. O PSB também não se pronunciou na internet e redes sociais. A nossa produção também entrou em contato com a IMPSA, mas não obteve sucesso.
Outro pernambucano citado na delação de Delcídio foi o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB), morto em 2014. Na delação, Delcídio relata que o tucano cobrava dinheiro de empresários para blindá-los de investigações na CPI da Petrobras.
Em nota, a assessoria nacional do PSDB reiterou que defende que todas as denúncias sejam investigadas com o mesmo rigor, independentemente da filiação partidária dos envolvidos.