VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Estudantes pedem demissão do professor suspeito de agredir ex-namorada

A vítima publicou no Facebook um relato das violências sofridas. O suspeito foi afastado das atividades da Uninassau

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 21/03/2016 às 14:34
A vítima denunciou o agressor na Delegacia da Mulher e também expôs seu relato
nas Redes Sociais - Foto: Reprodução/ Facebook

Em vez da sala de aula, universitários se reuniram em frente ao bloco B do Centro Universitário Maurício (Uninassau), no bairro do Derby, na área central do Recife para cobrar a saída professor Thiago Ianatoni da instituição.

O docente é suspeito de ter agredido a ex-namorada. A queixa foi registrada por Candice Dantas na Delegacia da Mulher, na sexta-feira (18), e a publicação das marcas da agressão em uma rede social chamou a atenção.

A mobilização contra a atitude promovida por Thiago, foi organizada por uma estudante do curso de publicidade. Lígia Sarmento já havia identificado comportamento inadequado dentro do ambiente acadêmico. “Quase nenhuma aluna gostava de Thiago. Não por uma questão didática, mas pela pessoa dele mesmo. Sempre foi de um jeito muito esnobe. Muita gente tem relatos de homofobia, por conta de comentários que ofendem. Comentários machistas”, relatou.

Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:

Para Larissa Gabriela, aluna de publicidade, Thiago não pode voltar a dar aulas na instituição. “Quero que ele saia. Acho que nenhum aluno teria coragem de aceitar um professor que fez isso com uma mulher”, comentou.

Em nota Uninassau informou que tomou conhecimento do fato ocorrido com o funcionário, no entanto ainda não conseguiu contato com Thiago Ianatoni, que está afastado das atividades.

Por fim, o Centro Universitário ressaltou que não compactua com nenhum tipo de violência, seja física, verbal ou psicológica.

Thiago e Candice estiveram juntos durante um ano e 2 meses e, de acordo com relato apresentado pela vítima no Facebook, agressões verbais e físicas já tinham ocorrido neste período.

Também por meio de nota, o advogado do suspeito informou que o seu cliente não foi intimado ainda. Ele criticou a postura da vítima ao divulgar o Boletim de Ocorrência e toda a violência que teria sofrido.

Confira a nota na íntegra:

Por intermédio da presente nota, esclarece-se que até o presente momento o senhor Thiago Ianatoni não foi formalmente intimado dos termos do Boletim de Ocorrência n. 16E0318001113, prestado perante a Primeira Delegacia de Polícia Civil da Mulher do Recife, pela senhora Candice Dantas.

Tanto o registro da ocorrência, quanto o que fora publicado nos veículos de comunicação e rede sociais serão objeto de apuração e esclarecimento perante as autoridades públicas competentes. Confia-se, inclusive, que isto seja feito.

O senhor Thiago foi “condenado” a partir do registro de um boletim de ocorrência, o qual, em tese, deveria servir como base, apenas e tão somente para o início das investigações.

Entretanto, um procedimento policial, o qual deveria ser desenvolvido sob o manto da sigilosidade, para preservação da intimidade das partes envolvidas foi tornado público de forma inadvertida por uma das partes em tese interessada.

Ora, não houve um processo criminal com sentença condenatória; não houve uma denúncia (acusação pública) formulada contra ele; não houve um indiciamento; não houve um interrogatório. Aliás, repita-se, não houve sequer a intimação de Thiago para prestar esclarecimentos sobre o fato.

Alguém já parou para pensar, ainda que por um instante que seja, que se os termos do boletim de ocorrência não forem verdadeiros, o estrago à imagem do senhor Thiago já foi consolidado?

Por isto, quanto aos fatos, injustamente atribuídos ao senhor Thiago Ianatoni e irresponsavelmente publicados, os quais expõem indevidamente sua imagem e a de seus familiares, certamente, serão objeto de igual análise e de adoção de providências legais.

Encerra-se, afirmando que o maior interessado nesta história, no tocante ao seu esclarecimento, é o próprio Thiago Ianatoni, o qual já foi hostilizado socialmente, teve seu nome, sua imagem e a de seus familiares expostos de forma inadvertida, sem sequer ser ouvido.