Para os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, saneamento básico é a única solução no combate ao mosquito Aedes aegypti no Brasil. O transmissor dos vírus dengue, chinkungunya e zika se reproduz na água parada e o assunto foi o tema de um debate que reuniu mais de 300 pessoas no auditório do órgão, nesta sexta-feira (1º).
De acordo com a pesquisadora Idê Gurgel, que estuda a reprodução do Aedes, mesmo com as campanhas de conscientização só quando o governo realizar políticas públicas o mosquito deve sumir.
Segundo o pesquisador André Monteiro usar inseticida, o conhecido fumacê, para eliminar os mosquitos é um erro. “Quando a gente centraliza o foco no mosquito e tem a solução, o controle químico, a gente está reproduzindo uma situação e não resolvendo o problema. Há 30 anos que se faz o controle químico do Aedes e o problema só faz aumentar”, destacou. “Esse modelo é ineficaz, o mosquito cria resistência aos venenos, tem que se usar venenos mais caros e isso impacta no orçamento da saúde”, alertou, comentando ainda a ineficácia da ação.
Também participaram do encontro o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Paulo Rubem Santiago e os professores Cideval Morais de Souza, da Universidade Estadual da Paraíba e José Estaban Castro, da Newcastle University, da Inglaterra.