VOTAÇÃO

Humberto: barrar admissibilidade do impeachment no Senado é mais difícil do que na Câmara

Senador falou com a Rádio Jornal e falou sobre a dificuldade do Governo Federal em manter o diálogo com a Câmara dos Deputados

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 17/04/2016 às 12:02
Foto: Acervo/ JC Imagem

Humberto Costa, líder do governo no Senado, em entrevista à Rádio Jornal, falou sobre as dificuldades da presidenta Dilma Rousseff em dialogar com o Congresso e disse que um conjunto de fatores para a situação. Ele comentou a expectativa do Governo Federal dos votos dos partidos durante a votação do impeachment.

“Nós temos hoje no Brasil uma aliança que eu creio que nunca existiu na nossa história com a mesma dimensão”, destacou. “Nós temos de um lado os grandes meios de comunicação que adotaram uma posição de partido político”, continuou.

“Nós temos, por outro lado, a própria oposição, embora não seja ela a grande guia condutora. E nós temos dentro de algumas instituições públicas importantes verdadeiras operações seletivas e partidárias que contribuíram para a construção na sociedade de uma opinião pública fortemente contrária ao governo”, destacou o senador, apontando que isso interfere, naturalmente, dentro do Congresso Nacional.

Confira a entrevista completa:

Para o líder do governo, outros fatores, como a incapacidade do governo em estabelecer um diálogo permanente com o Congresso Nacional, interferem. “Hoje há uma perda de credibilidade grande dentro do Congresso Nacional”, disse. “Nós acreditamos que se o impeachment for rejeitado nós temos a base para construir um novo pacto, inclusive com a participação de Lula, que é alguém que tem um diálogo muito forte com os parlamentares e pode desempenhar um papel fundamental para reconstrução dessa base”, apontou.

No Senado, segundo as contas do governo, os números apontam 41 favoráveis a admissibilidade do impeachment, 27 contrários e 12 indecisos. A votação no Senado da admissibilidade se dá pela maioria simples. “Não é uma questão definida. Mas é mais difícil barrar a admissibilidade no Senado do que na Câmara porque se houver 41 presentes e 21 votarem pela admissibilidade, mesmo que 20 estejam contra, a admissibilidade está garantida”, explicou o senador.

O ex-presidente Lula retornou de Brasília para São Paulo, nesse sábado (16). Um ato que foi interpretado como desistência, por alguns. O senador Humberto disse que a volta do ex-presidente já era esperada desde a quinta-feira (14).