ENTREVISTA

“Não haverá negociações no Senado, vamos discutir o mérito”, diz Humberto

Senador Humberto Costa acredita que processo será revertido, apesar do clima desfavorável no Congresso

Da Rádio Jornal
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Publicado em 19/04/2016 às 9:21
Foto: Divulgação


Iniciada a fase do Senado Federal na batalha do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Humberto Costa (PT) voltou a defender o mandato da petista e diz que a luta para reverter o impedimento já começou. Em entrevista ao programa de Geraldo Freire nesta terça-feira (18), Humberto afirma que o governo tem a possibilidade de reverter o processo.

Para o senador, ao contrário da Câmara dos Deputados, o Senado tem menos parlamentares, que são mais experientes e analisam mais as questões. “Não haverá negociações no Senado, vamos discutir o mérito das acusações”, afirmou. Para Humberto, os senadores “são pessoas que compreendem que pedaladas ficais não são crimes de responsabilidade e que muitos ex-presidentes e governadores já fizeram”, disse.

Sobre a votação na Câmara, que culminou com a aceitabilidade do processo de impeachment por um total de 367 votos no último domingo (17), Humberto criticou a postura dos deputados: “A presidente Dilma não cometeu crime. Os deputados ficaram com medo da pressão. Quem não tem coragem de assumir suas posições políticas não devia entrar para a política”, declarou.

Apesar de acreditar que o governo Dilma tem chances de derrubar o processo de impeachment, Humberto Costa aponta para uma situação desfavorável também no Senado: “a aceitação é feita por uma maioria simples e isso é uma desvantagem grande pra nós”, afirmou. Contudo, ele acredita que haverá muito trabalho de convencimento para reverter o processo.

Humberto ainda afirmou que o governo Dilma tem problemas sérios de falta de diálogo, o que dificulta muito na articulação. Ele nega que seja ilegal o trabalho do advogado-feral da União, José Eduardo Cardozo na defesa da presidente. “vamos trabalhar na base do convencimento e barrar esse golpe constitucional”, disse o senador.