SEXUALIDADE

Segundo pesquisa apenas 22% das brasileiras atingem o orgasmo

Orgasmo feminino foi o tema do Consultório desta quarta-feira (04)

Rádio Jornal
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Publicado em 04/05/2016 às 21:55

Foto: cena do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, 2001.

De acordo com uma pesquisa feita pela Durex Global Sex Survey com 1004 brasileiras em 2014, apenas 22% das mulheres em idade sexual atingem o orgasmo, 56% estão insatisfeitas com o que acontece entre quatro paredes e 78% não alcançam o ápice do sexo.

No Consultório do Rádio Livre desta quarta-feira (04) o orgasmo feminino pautou as discussões e no estúdio da Rádio Jornal, Graça Araújo recebeu a ginecologista e obstetra, Ivana Ramos e a psicoterapeuta sexual, Vitória Meneses para destrinchar as particularidades desse assunto.

Ouça o Consultório na íntegra:

Distúrbios psíquicos desenvolvem papel decisivo em interferir no alcance do prazer sexual feminino. Falta de diálogo familiar, de confiança, uma educação muito rígida, além da atitude de manter relações apenas para agradar o parceiro contribuem para as estatísticas.

Para a psicoterapeuta sexual Vitória Meneses “falta investimento no sexo” para ter uma boa vida sexual com o parceiro. Empatia e diálogo no relacionamento são fatores positivos para que a intimidade proporcione prazer para a mulher.

Confira alguns trechos da entrevista:

Por que poucas mulheres atingem o orgasmo?

Ivana - Em primeiro lugar, porque as mulheres não se conhecem e ainda existe nos dias de hoje, um tabu das delas não se tocarem. Então, é muito complicado você querer ter um orgasmo a depender do seu parceiro, se você não sabe se dar prazer, se não conhece o seu corpo e as áreas que lhe dão prazer, é complicado chegar ao orgasmo. É incrível como nos dias atuais, com tanto acesso a sites e lugares especializados em sexualidade, como as pessoas têm resistência e tabu em falar sobre esse assunto. (...) É como se fosse uma coisa proibida.

Quais as causas físicas desse fato?

Ivana - Nas físicas, você pode ter um distúrbio de prolactina, pode ter uma anomalia congênita da vagina; alguns estreitamentos; falta de lubrificação e alguns problemas hormonais. Hipotireoidismo, diabetes hipertensão e alguns remédios hipertensivos também podem dar alteração tanto na libido (desejo de ter relações sexuais) quanto no orgasmo, além de drogas, álcool, remédios controlados e alguns anticoncepcionais.

Vitória - Desde que eu vi a primeira pesquisa na década de 80 a gente já sabia disso. Agora o que tem de interessante é que se você perguntar aos parceiros dessas mulheres, muitos, provavelmente vão dizer que eles dão muito prazer a suas parceiras. Eles acham que a penetração é 100% para que mulher tenha prazer, ‘ele não teve?’ e ‘como é que alguém que estava comigo, eu tive e o outro não teve?’ (Exemplifica se colocando no papel do parceiro).