TRANSPORTE

Com funcionários em greve, metrô funciona apenas nos horários de pico

Cerca de 400 mil passageiros devem ser prejudicados com a paralisação

Rádio Jornal
Rádio Jornal
Publicado em 16/05/2016 às 7:49
Foto: Rafael Carneiro/Rádio Jornal


Os funcionários do metrô do recife entraram em greve nesta segunda-feira (16). De acordo com o sindicato dos metroviários, os trens só vão circular entre as 5h e 9h da manhã e das 16h às 20h. O esquema especial está sendo feito pelos maquinistas nas Linhas Sul e Centro. A Linha Diesel, porém, permanece fechada.

A reportagem da Rádio Jornal foi até o metro e conversou com o assessor de comunicação do Metrô, Salvino Gomes. De acordo com ele, o modal está funcionando com internalo médio de cinco minutos.

Por volta 9h, o metrô foi fechado e só volta a funcionar às 16h. O assessor de comunicação do Sindmetro, Levy Arruda, afirma que o Recife não vive sem metrô:

A decisão foi tomada na última quinta-feira (12) em assembleia da categoria. A categoria exige reposição salarial, de acordo com a inflação, que é de 10,25%, o retorno do vale-cultura no valor de R$ 50 e melhorias do sistema de trabalho.

As propostas foram repassadas à Companhia Brasileira De Trens Urbanos, que ofereceu apenas 5,5% de aumento aos funcionários. O presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, Diogo Morais, fala das pautas que foram levadas à CBTU e denuncia o sucateamento do metrô.

A Linha Diesel, que liga as estações Cajueiro Seco e Cabo, será a única que não vai funcionar, enquanto a greve prosseguir. Para suprir a falta do metrô depois dos horários de pico, o Grande Recife Consórcio de transportes montou um esquema especial de ônibus.

Cerca de 30 ônibus vão circular em três novas linhas para suprir a necessidade dos passageiros. As novas linhas são TI Joana Bezerra/TI Afogados, TI Afogados/TI Barro” e “Barro/Jaboatão”. Elas vão fazer a ligação entre os quatro principais terminais integrados do grande recife. O diretor de Operações do Grande Recife, André Melibeu, fala do reforço das linhas de ônibus.

Às 10h, o presidente da CBTU, Marco Faireman, vai se reunir com o sindicato dos metroviários, em Brasília, para realizar uma rodada de negociação. Além dos problemas de segurança e de insatisfação dos funcionários, o metrô do recife passa por um sério problema financeiro.

Um levantamento feito pela repórter do Jornal do Commercio, Roberta Soares, mostra que o Metrorec sofreu um corte de 38% no orçamento. Os cortes foram um baque para o Metrorec, que tinha solicitado R$ 104 milhões da CBTU para cobrir as despesas de operação.

O metrô do Recife terá que sobreviver agora com orçamento de R$ 51 milhões, metade do previsto para o ano. Com pouco dinheiro e tantos problemas, a direção já estuda a hipótese de suspender as atividades do metrô durante os fins de semana.