GOLPE

Para Dilma, declarações de Jucá confirmam tese do golpe

Romero Jucá pediu afastamento do cargo de ministro do Planejamento após conversas de cunho duvidoso grampeadas serem divulgadas pela Folha de S. Paulo

Rádio Jornal
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Publicado em 24/05/2016 às 8:19
Foto: Reprodução


O presidente interino Michel Temer já tinha uma ideia do tamanho do problema que estava trazendo para o Governo ao nomear Romero Jucá para o Ministério do Planejamento. Jucá é alvo da Operação Lava Jato e, na última segunda-feira (23), foi surpreendido por uma reportagem publicada na Folha de S. Paulo. A publicação conseguiu áudios da Procuradoria Geral da República em que Jucá conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e os dois falam sobre uma trama para tirar a presidente eleita Dilma Rousseff do poder e "estancar a sangria" da Operação Lava Jato.

Ainda na manhã de ontem, Jucá foi à casa de Michel Temer e deu uma entrevista negando que estivesse falando sobre a Lava Jato. Segundo ele, a conversa tratava do rombo da política econômica do Governo PT. Mais tarde, vendo que as desculpas não surtiram efeito, ele resolveu pedir afastamento do cargo de ministro. O juíz Federal Sérgio Moro disse que a Operação Lava Jato é "um caminho sem volta" e que "ninguém vai conseguir parar as investigações".

Já na oposição a Temer, o PT defende de imediato a apuração da denúncia de que o PMDB teria arquitetado um plano para tirar Dilma do poder e interromper a Lava Jato. Saiba mais no flash de Romoaldo de Souza:



A própria Dilma comentou a situação: ela esteve presente na abertura do Quarto Congresso Nacional da Agricultura Familiar do Brasil, em Brasília, e voltou a repetir o discurso de que o governo interino de Michel Temer não tem legitimidade. A presidente eleita criticou as medidas tomadas por Temer, sobretudo a composição do Ministério. Sobre as declarações de Jucá, ela foi enfática e contundente, alegando que a conversa confirma a existência de um plano para tirá-la do poder: