TRAGÉDIA

Em Olinda, mulher que perdeu filha, irmã e sobrinho diz que local de deslizamento é esquecido

"Eu não sei nem mais o que falar. Perdi minha filha, meu sobrinho e minha irmã. [Estamos] Ali esquecidos pelos políticos", desabafou a mulher

Rádio Jornal
Rádio Jornal
Publicado em 31/05/2016 às 14:29
Três pessoas morreram após deslizamento na Ladeira do Giz
Foto: Guga Matos/ JC Imagem

O cenário do pós chuva ainda é bem parecido ao que foi visto nessa segunda-feira (30) em alguns bairros que registraram índice acima de 240 milímetros.

Na orla de Olinda, o calçadão cedeu por conta do volume de água que escoava das Avenidas Getúlio Vargas e Av. Ministro Marcos Freire. O reparo do trecho atingido começou a receber atenção e sacos de areia postos no buraco.

Quem utiliza o espaço para caminhada lamenta o ocorrido. “Isso é uma coisa da natureza. A gente não tem muito o que evitar a não ser que deixasse um caminho para água”, comentou senhor Márcio Ferreira.

O repórter Rafael Carneiro tem os detalhes:

Em outro ponto da cidade, no bairro de Águas Compridas, local de registro das primeiras três mortes após um deslizamento de terra, o clima era de medo, já que a previsão é de mais chuva. Na Ladeira do Giz, via de acesso, entulho e muita sujeira ainda foram vistos no local.

A Defesa Civil foi até o local onde Alexandra de Morais, de 36 anos, o filho de 7 anos, e a prima Bárbara de Moraes, de 23 anos, perderam a vida. Lá decidiram interditar quatro casas no pé da encosta e três no alto da barreira.

No Instituto de Medicina Legal do Recife (IML), em Santo Amaro, na área central do Recife. Familiares da vítima conversaram com o repórter do bandeira 2, roberto carvalho, e disseram não ter para onde ir. Adriana Xavier de Moraes, mãe de uma das vítimas, reclama do trabalho de prevenção.

“A gente está revoltada porque a Defesa Civil já foi lá em 2010 num acontecimento que teve lá e não resolveram nada. A gente está arrasada. Eu não sei nem mais o que falar. Perdi minha filha, meu sobrinho e minha irmã. [Estamos] Ali esquecido pelos políticos, que só vão quando querem voto”, relatou a mulher, bastante abalada.

O enterro das vítimas acontece na tarde desta terça-feira, no Cemitério Metropolitano, também em Olinda.

A repórter Juliana Oliveira acompanha o velório:

Reparo na Orla de Olinda começou a ser feito
Foto: Lélia Perlim/ Rádio Jornal

Paulo Brito, coordenador de Defesa Civil de Olinda falou sobre o trabalho na área. “A gente vai continuar intensificando a colocação das lonas aqui nesse lugar. E algumas árvores estão em risco (de queda) e nós vamos fazer a erradicação dela”, detalhou.