Figura respeitada em Brasília, o senador Álvaro Dias (PV-PR) se mostrou contrário ao projeto de convocar novas eleições gerais no Brasil. Em entrevista ao quadro “Passando a Limpo”, dentro do programa “Super Manhã”, nesta quinta (02), na Rádio Jornal, o senador considera que é “temerário” mudar a Constituição agora.
“A crise se aprofunda. É preciso estancar as sangrias e preparar o terreno para que o país volte a crescer e diminua o sofrimento do nosso povo. Não acredito que essa medida prospere”, comentou Álvaro Dias sobre a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do senador Walter Pinheiro (Sem partido-BA). Para a convocação de um novo pleito é preciso a renúncia da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e do vice-presidente no exercício do cargo, Michel Temer (PMDB).
Sobre o reajuste, Álvaro Dias comentou as propostas de reajuste aprovadas na Câmara na madrugada desta quinta-feira (2). São 14 projetos de aumento para servidores do Executivo, Legislativo, Judiciário, Procuradoria-Geral da República, além de militares. Para o Judiciário, por exemplo, o reajuste pode ultrapassar os 40%. As propostas seguem agora para análise do Senado: “O governo articulou a aprovação da proposta. Michel Temer foi favorável à proposta”, disse.
Álvaro Dias afirmou que a proposta beneficia servidores que estão há muitos anos sem aumento de salários, mas que também onera os cofres públicos em um momento de cortes de gastos. “Por outro lado, tem a questão da crise. Esse não é o momento de discutir reajuste. Tem questões mais importantes, como o desemprego”, disse.
Sobre a reversão do afastamento “Há risco sim. Vamos viver essa insegurança até o dia fatal”, disse. De acordo com ele, alguns senadores já assumem ter voltado atrás na decisão de afastar Dilma. “Se houver mudança, ficarei decepcionado”, confessou.
A entrevista foi veiculada no dentro do “Passando a Limpo”, comandado por Geraldo Freire e transmitido de segunda à sexta, às 9h. Participaram da entrevista os jornalistas Ivanildo Sampaio, Maria Luiza Borges e Wagner Gomes.