LAVA JATO

Polícia Federal deflagra desmembramento da Lava Jato em São Paulo

Operação Custo Brasil investiga esquema de propina no Ministério do Planejamento. Em Pernambuco são cumpridos cinco mandados

Rádio Jornal
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Publicado em 23/06/2016 às 7:43
Imagem ilustrativa: reprodução/Polícia Federal


A Polícia Federal junto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal deflagraram, nesta quinta-feira (23), a Operação Custo Brasil, primeiro desmembramento da Operação Lava Jato em São Paulo. Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e no Distrito Federal.

Em Pernambuco são cumpridos cinco mandados, sendo dois de prisão e três de busca e apreensão. De acordo com a PF, dois empresários são alvos das prisões em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e na Jaqueira, na Zona Norte.

Os empresários pernambucanos Emanuel Dantas do Nascimento, 54 anos, e Joaquim José Maranhão da Câmara, 52 anos, são sócios da empresa Consucred. Ambos foram presos e encaminhados para prestar depoimento em São Paulo.

O objetivo da operação é apurar o pagamento de propina, no valor de R$ 100 milhões, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática, a pessoas ligadas ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O pagamento teria ocorrido entre os anos de 2010 e 2015. Há indícios de que o Ministério do Planejamento tenha direcionado a contratação de uma empresa de tecnologia e informática para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados.

De acordo com as investigações, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no ministério por meio de outros contratos, fictícios ou simulados. O inquérito policial é um desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato, conhecida como Pixuleco II.

Os investigados vão responder pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão. Os presos e o material apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federal em São Paulo.