A Polícia Civil ouviu nesta quinta-feira Margarida Maria da Silva, a principal suspeita de ter ateado fogo no corpo de uma mulher de 31 anos, em Catende, na Zona da Mata Sul do estado, em fevereiro deste ano.
A vítima, Jeane D'arc Ferreira da Silva, foi encaminhada ao Hospital da Restauração, onde não resistiu aos ferimentos, depois de ser encontrada carbonizada nas margens da rodovia que liga Catende à São João do Monte.
De acordo com a investigação, Margarida teria procurado uma conhecida da vítima, identificada como Mércia, para intermediar a doação de um bebê. Na época, ainda com 5 meses de gestação, Jeane e o companheiro dela, Cláudio José da Silva, de 33 anos, combinaram o repasse da criança.
Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:
Para o delegado Gustavo Garcia, o crime pode ter ocorrido a partir da desistência da vítima. “Pelo que tem na investigação, a princípio foi um acordo da própria vítima, mas acho que no final ela mudou de ideia e aí veio essa trama possivelmente de Margarida e o companheiro de Jeane”, disse.
Além de homicídio qualificado, Margarida poderá ser indiciada por subtração de menor e falsidade ideológica, já que registrou a criança como mãe e estava com ela há cinco meses depois da morte da mãe biológica.
Na saída para a Colônia Penal Bom Pastor, no Recife, onde vai cumprir prisão preventiva de 30 dias, Margarida se defendeu das acusações. “Eu não participei desse crime e nem soube dessas coisas aí. Eu sou mãe, tenho três filhos, 42 anos e jamais faria uma coisa dessa, porque isso é uma crueldade”, falou a suspeita.
Mércia, apontada por Margarida como responsável pelos crimes, vai ser ouvida nos próximos dias. Já Cláudio José suspeito de ter negociado o repasse do filho de Jeane e participado da morte dela é procurado pela polícia.
O bebê foi acolhido pelo Conselho Tutelar de Catende e passa bem em um abrigo de Palmares. Os conselheiros tutelares vão procurar familiares de Jeane para avaliar se possuem condições de recebê-lo.