MISTÉRIO

Envenenamento por chumbinho é a única certeza sobre a morte de Paulo César Morato

Nesta sexta-feira, Sindicato dos Policiais Civis vai denunciar ao Ministério Público a intervenção do Estado no trabalho dos peritos

Rádio Jornal
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Publicado em 01/07/2016 às 6:37
Paulo César Morato foi encontrado morto em motel de Olinda. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem


Por enquanto, a única confirmação da Secretaria Estadual de Defesa Social sobre morte do Paulo César de Barros Morato é que ela foi causada por envenenamento com chumbinho. Exames nas vísceras do empresário comprovaram a intoxicação exógena por pelo organofosforado, um agrotóxico proibido no Brasil e que já foi utilizado popularmente como raticida.

A análise de amostras do corpo do empresário no estado da Paraíba por conta da manutenção de um equipamento no Instituto de Medicina Legal também causou estranheza. O corpo de Paulo César Morato ainda não foi liberado do IML para sepultamento, mas, de acordo com a SDS, isso pode acontecer a qualquer momento.

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A Secretaria diz que em dez dias deve concluir as perícias papiloscópicas, química, tanatoscópica, das imagens e do local de morte a esclarecer. Entre os itens recolhidos pela perícia estão uma garrafa de água, dois copos e medicamentos para hipertensão e diabetes.

O gerente de comunicação da Secretaria Estadual de Defesa Social, Otávio Toscano, afirma que a causa da morte e o futuro das investigações só serão definidos após a conclusão dos exames. “A causa morte oficial ainda não foi definida. Só depois dos exames é que a Polícia vai decidir se foi suicídio ou homicídio”, disse.

O advogado do motel em que o empresário foi encontrado morto, Higino Luiz Araújo Marinsalta, diz que PC Morato entrou no quarto na terça-feira (21) e não solicitou nenhum serviço. Estranhando o fato e a ausência de resposta aos telefonemas da recepção, funcionários entraram no quarto na noite do dia seguinte e encontraram Paulo César morto.

Nesta sexta-feira, o Sinpol vai formalizar a denúncia de que os peritos papiloscopistas foram impedidos de atuar no dia seguinte a descoberta do corpo. A queixa será feita na sede do Ministério Público, na Rua do Imperador, área central do Recife.